CPI da covid quer convocar chefe da Abin e ajudantes de Bolsonaro

Alexandre Ramagem é alvo de três requerimentos de convocação, dois assinados pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e um por Tasso Jereissati (PSDB-CE)

Ferreira Gabriel

Publicado em: 14/07/2021 às 17:21 | Atualizado em: 14/07/2021 às 17:21

A CPI da Covid-19 pode votar nesta quinta-feira (15) a convocação do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.

Os senadores querem apurar dois pontos: as suspeitas de que o órgão teria atuado para interferir nos trabalhos da comissão e a insinuação do presidente Jair Bolsonaro de que o coronavírus teria sido criado pela China como arma em uma suposta “guerra química”.

Ramagem é alvo de três requerimentos de convocação, dois assinados pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e um por Tasso Jereissati (PSDB-CE).

Conforme Randolfe, a Abin foi usada “como instrumento de intimidação dos membros” da CPI.

Uma mensagem encaminhada em maio a agentes de inteligência determinava uma “compilação de dados” sobre “irregularidades relacionadas à pandemia” em “âmbito estadual e municipal”.

No segundo requerimento, Randolfe Rodrigues destaca que a Abin negou o envio de documentos requisitados em junho pela comissão.

O senador Tasso Jereissati quer que Alexandre Ramagem explique uma declaração feita em maio por Jair Bolsonaro. Na ocasião, o presidente da República insinuou que a China pode ter criado o coronavírus em laboratório como arma para uma “guerra química”.

“Trata-se de gravíssima revelação com implicações nas relações internacionais e de enormes repercussão inclusive na paz mundial. Sendo a Abin a fonte primeira de informações ao presidente da Republica, faz-se necessária a convocação do diretor-geral para que compartilhe, ainda que de forma sigilosa, as informações obtidas”, argumenta Jereissati.

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Ajudante de ordens

A CPI pode votar ainda a convocação de um ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o capitão de corveta da Marinha Jonathas Diniz Vieira Coelho.

Ele trocou mensagens com o deputado Luis Miranda (DEM-DF) sobre o contrato do Ministério da Saúde com a Precisa Medicamentos para a aquisição da vacina Covaxin. O requerimento é do senador Randolfe Rodrigues.

Além disso, os senadores também podem decidir sobre a convocação de Adolfo Sachsida, secretário de Política Econômica do Ministério da Economia.

Em novembro de 2020, Sachsida afirmou que considerava “baixíssima a probabilidade de uma nova onda de coronavírus no país”.

Conforme ele, a chamada “imunidade de rebanho” já estaria sendo alcançada no país. Dessa forma, haveria pouca chance de uma nova escalada da pandemia.

Fonte: Agência Senado

Foto: Agência Senado