Um pacote de acordos de delação premiada, assinado por quatro ex-executivos da Hypermarcas com a Procuradoria-Geral da República (PGR), chegou nesta segunda-feira (17) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para homologação.
O acordo envolve a multa mais alta da história da PGR aplicada a um único delator, de R$ 1 bilhão. Ela é maior do que o acordo acertado com o doleiro Dário Messer, fechado na semana passada com o MPF.
O conteúdo da delação da Hypermarcas, hoje Hypera Pharma, envolve o senador Eduardo Braga (MDB).
O parlamentar foi citado na delação de Nelson Mello, ex-diretor da empresa.
Mentiras e omissões
Mas, no ano passado, a PRG pediu o cancelamento do acordo feito com Mello.
Ele teria mentido e omitido fatos para proteger a empresa e seu acionista majoritário, João Alves de Queiroz Filho, o Júnior.
O jornal O Globo informou no dia 6 de junho do ano passado que, de acordo com a PGR, Nelson Mello omitiu que o grupo Hypermarcas atuou para obter vantagens em uma medida provisória no Congresso Nacional e também mentiu ao dizer que não sabia quais eram os parlamentares beneficiados por seus pagamentos de propina feitos por intermédio de um lobista.
As provas, segundo o impresso, apontavam repasses para os senadores Eduardo Braga (MDB-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e aos ex-senadores Eunício Oliveira (MDB-CE) e Paulo Bauer (PSDB-SC).
O Globo e O Antagonista publicaram ontem o assunto.
Delator de propina da Hypermarcas a Braga perde benefício de acordo
Foto: Pedro França/Agência Senado