F. Bolsonaro não vê crime no caso de corrupção das ‘rachadinhas’

O caso, que era apurado desde 2019 pelo Ministério Público do Rio foi arquivado em maio por determinação TJ-RJ, mas pode ser retomado pelo MP

Relatório que chega ao MPRJ cita F. Bolsonaro em movimentações atípicas

Mariane Veiga

Publicado em: 26/07/2022 às 17:23 | Atualizado em: 26/07/2022 às 17:29

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que não fez “nada criminoso” ao comentar as investigações sobre suspeitas da prática de rachadinhas, que é uma forma de corrupção, na época em que ele era deputado estadual pelo Rio de Janeiro.

O caso, que estava sendo apurado desde 2019 pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio) foi arquivado em maio por determinação TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio), mas pode ser retomado pelo MP.

Em entrevista ao “Canal Hipócritas”, no YouTube, Flávio disse que foi feita uma “devassa” nas contas dele e dos ex-funcionários de seu gabinete, e classificou as investigações como uma “exposição desnecessária”.

De acordo com o parlamentar, o intuito era querer colocar seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que também é suspeito de ter feito a prática criminosa da rachadinha — além de seu irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), “na mesma prateleira de corrupção” do ex-presidente Lula da Silva (PT).

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“Os caras quebraram o sigilo de 12 anos para trás de todo mundo do meu gabinete, gente que trabalhou três meses no meu gabinete, 12 anos de sigilo quebrado, a empresa da pessoa que comprou um imóvel de mim, 12 anos para trás de sigilo quebrado. Isso é uma devassa sem pé nem cabeça. Imagina 12 anos para trás, vão [procurar dados] do cartão crédito seu, do restaurante que você foi, que motel você foi, que boate você foi… Quer dizer, uma exposição desnecessária, que não tem nada de criminoso”, declarou.

“Uma das coisas que acusaram lá, de movimentação atípica, no segundo momento do Coaf, eu tinha um dinheiro investido na minha conta no banco, botei na minha conta corrente, e paguei uma parcela do meu imóvel, [taxaram] como ‘movimentação atípica’. E você começa a investigar alguém por isso? Ficou claro que era uma perseguição, tanto é que o judiciário arquivou tudo. A intenção final é a seguinte: querem colocar o Bolsonaro na mesma prateleira de corrupção do Lula, e isso é igual pesquisa, não cola com a realidade. Vão tentar usar isso na campanha, mas vai ser improdutivo”, completou.

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Foto: Pedro França/Agência Senado