O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não vai restringir as conversas políticas a quem não votou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff , em 2016. A declaração foi dada em entrevista para a rádio Banda B , parceira do Metrópoles em Curitiba.
Lula se disse disposto a dialogar com todas as forças políticas porque, segundo ele, é preciso “consertar o país destruído pelo presidente Jair Bolsonaro (PL)”. “Um presidente que usa a mentira como charme de seu governo”, disse.
“Se não é para conversar com quem não votou no impeachment da Dilma, você não tem com quem conversar porque 90% da classe política votou no impeachment. Se eu ficar pensando só nisso, eu então estou paralisado diante da política”, disse o ex-presidente, candidato do PT à Presidência da República.
Lula explicou que, na política, é necessário lidar com deputados, senadores e presidentes de legendas que chegaram ao cargo eleitos pelo povo e por isso ele precisa lidar com essa classe política.
“O Congresso Nacional não é o que é porque eu quero que ele seja assim. É o que é porque o povo brasileiro elegeu esse Congresso Nacional. Então, não adianta eu dizer se eu gosto ou não gosto de um deputado ou um presidente de partido. Vou conversar com as pessoas porque eu preciso pensar no Brasil a partir de 2023 e não no Brasil de 2014 e 2015”, referindo-se à época em que se formou o movimento político pelo impeachment.
Chapa
Lula repetiu que não vê problemas em ter o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB, como seu vice.
“Falta eu me definir como candidato e Alckmin escolher partido. Se o Alckmin como meu vice me ajudar a governar, não vejo nenhum problema. As divergências serão colocadas de lado, porque o desafio, mais que ganhar, é consertar o Brasil”, disse.
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Foto: Ricardo Stuckert/PT