Michelle Bolsonaro despreza SUS, se vacina nos EUA, e políticos reagem
Para políticos e infectologistas, atitude desvaloriza o Programa Nacional de Imunizações e o trabalho de profissionais brasileiros

Mariane Veiga
Publicado em: 24/09/2021 às 16:38 | Atualizado em: 24/09/2021 às 17:02
O presidente Jair Bolsonaro afirmou em entrevista à revista “Veja”, nesta sexta-feira (24), que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, se vacinou nesta semana nos Estados Unidos.
Michelle integrou a comitiva presidencial que foi a Nova York por ocasião da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
No entanto, conforme políticos e infectologistas, a opção da primeira-dama de se vacinar nos Estados Unidos, e não no Brasil, é um “absurdo” e um “desprezo” ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Além disso, o ato, na visão deles, desvaloriza o Programa Nacional de Imunizações (PNI) contra covid.
O presidente da CPI da covid, Omar Aziz (PSD), disse que a primeira-dama poderia ter se vacinado no Brasil, para dar exemplo aos brasileiros. Isso, segundo ele, seria patriotismo de verdade, e não patriotismo “da boca para fora”.
Bolsonaro ainda foi questionado pela revista se é um mau exemplo o fato de ele ter declarações contra vacinas e ter demorado para comprar imunizantes para o Brasil.
Na resposta, o presidente contou que Michelle quis se vacinar na viagem ao exterior. Bolsonaro reforçou que ele ainda não se vacinou.
“Tomar vacina é uma decisão pessoal. Minha mulher, por exemplo, decidiu tomar nos Estados Unidos. Eu não tomei”, revelou o presidente para “Veja”.
Michelle poderia, se quisesse, ter tomado a vacina no Brasil. Em Brasília, cidade onde a primeira-dama mora, a vacinação para a idade dela (39 anos) está disponível desde o dia 23 de julho.
De acordo com o G1, que entrou em contato com o Palácio do Planalto para saber por que a primeira-dama optou por não tomar a vacina no Brasil, não houve resposta por parte de Michelle Bolsonaro sobre a decisão.
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Foto: Alan Santos/Presidência da República