Ministra no STF proíbe governo de monitorar jornalistas e políticos

Governo respondeu que a contratação de empresas para o serviço de monitoramento acontece desde 2015

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 04/02/2022 às 17:40 | Atualizado em: 04/02/2022 às 17:40

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (4) a favor de proibir a Secretaria Especial de Comunicação Social do governo federal de produzir relatórios de monitoramento sobre atividades de parlamentares e jornalistas em redes sociais. 

Cármen Lúcia é a relatora do tema. A ação foi apresentada pelo PV, que afirma que o monitoramento fere as liberdades de expressão, manifestação do pensamento e do livre exercício profissional. 

Ao Supremo, a Secretaria de Governo da Presidência da República, responsável pela Secom, afirmou que a contratação de empresas para o serviço de monitoramento acontece desde 2015. 

O julgamento acontece em plenário virtual, no qual os ministros inserem o voto no sistema eletrônico do STF. 

O voto da relatora 

Para Cármen Lúcia, a prática adotada pelo governo federal é inconstitucional. 

A relatora afirmou no voto que a prática representa desvio de finalidade e afronta os princípios da impessoalidade, da moralidade e o direito fundamental de livre manifestação do pensamento. 

A ministra disse ainda ser preciso assegurar a liberdade de manifestação política, onde, destacou, se constrói e se desenvolve o regime democrático. 

“Não se tem como lícita conduta de natureza censória ou voltada a condutas estatais autoritárias e limitadoras da liberdade de expressão, nem se julga válida atuação estatal que dificulte, embarace ou restrinja a atividade intelectual, artística, científica ou profissional, garantida pela Constituição como manifestação do direito fundamental sobre o qual se constrói a democracia”, afirmou. 

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Foto: SCO/STF