O consumidor no mundo pode sofrer com crise alimentar em 2022 por causa da falta de fertilizantes para a agricultura. O principal problema deverá ser a escassez de silvinita, mineral cujo um dos componentes é o cloreto de potássio.
De acordo com informações divulgadas há mais de uma década, o Amazonas possui mina de silvanita capaz de tornar o Brasil autossuficiente e ainda exportar.
Hoje Belarus , na Ásia, é responsável por 1/4 da produção mundial do cloreto. Sob regime ditatorial de Aleksandr Lukashenko, o país impôs restrições à exportação do produto diante de sanções dos Estados Unidos e União Europeia.
Nesse cenário, o preço do mineral disparou no mundo, aliado ao aumento do preço do gás natural, que por tabela impactou a exportação de fertilizantes da China.
Para o economista José Mendonça de Barros, a safra brasileira deve ser impactada pelos altos preços no ano que vem.
“Dá para incluir aí defensivos agrícolas, com um aumento de preços na indústria química que produz os componentes”, disse ele à CNN Brasil neste domingo (24).
Conforme ele, o potássio é indispensável e hoje é produzido em poucos lugares do mundo, como no Canadá, Rússia, Belarus e um pouco na China.
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A riqueza do Amazonas
No Amazonas estaria hoje a maior mina de silvanita do mundo. Isso é o que é propalado no estado pelo menos nos últimos 15 anos. Segundo esses estudos que mapearam a riqueza, ela estaria intocada no solo de pelo menos uma dúzia de municípios, em uma extensão de 400 quilômetros, dizem os governos.
Seu potencial é tanto que, além de tornar o Brasil autossuficiente na produção de fertilizantes agrícolas por pelo menos 100 anos, ainda sobraria para exportação.
A jazida foi descoberta no rio Madeira, nos municípios de Nova Olinda do Norte, Borba, Autazes e outros. Posteriormente, estudos apontaram que a mina abrange também Itacoatiara, Maués, São Sebastião do Uatumã, entre outros.
No Brasil, única mina em exploração é no estado de Sergipe, mas já estaria se exaurindo.
Diante disso, a atividade de exploração mais avançada no Brasil é da empresa Potássio Brasil, um consórcio que envolve capital chinês. Um projeto está em andamento no município de Autazes, no Amazonas, desde 2016.
No entanto, prospecções da Petrobrás na região são feitas desde o início do século. Inicialmente, avançou em Nova Olinda do Norte, que depois foi abandonada pelas dificuldades de infraestrutura da cidade, principalmente de energia.
Foto: https://www.noticiasdemineracao.com/reprodução