Ofensas do ministro do STF Gilmar Mendes assacadas contra o procurador federal da Lava Jato, Deltan Dallagnol, custarão R$ 59 mil. O valor, caso não haja recurso, será pago pela União. Posteriormente, o governo cobrará o ressarcimento ao ministro do Supremo Tribunal Federal.
A condenação foi proferida, nessa segunda-feira (10), pela Justiça Federal em Curitiba, e publicada pela Jovem Pan.
O juiz Flavio Antonio da Cruz, da 11ª Vara Federal condenou a União a pagar a indenização a Dallagnol. O procurador assim como a operação Lava Jato foram criticados e ofendidos por Mendes.
De acordo com a decisão, Dallagnol teria sido “alvo de frequentes agressões proferidas por Gilmar”.
Nos ataques, estão incluídos “insinuações, acusações e ofensas de distintos naipes e calibres, em sessões de julgamento ou em entrevistas concedidas à imprensa”.
Ofensas do ministro
Em um dos exemplos, ele teria sustentado que a Lava Jato “configuraria verdadeira organização criminosa, e que os procuradores da República nela atuantes seriam gente baixa e desqualificada”.
O ministro também teria chamado Dallagnol e outros procuradores da força-tarefa de “cretinos, gentalha, desqualificados, gente despreparada, entre outros insultos”.
A assessoria de imprensa de Dallagnol informou à Jovem Pan que ele “não se manifestará sobre a decisão”.
A única informação é que o valor será destinado para a construção do primeiro hospital Oncopediátrico do Sul do Brasil.
Ainda cabe recurso contra a decisão, que é de primeira instância.
Na ação, entretanto, foi argumentado que Mendes agiu na condição de funcionário público federal.
Nesse caso, o juiz entendeu que essa reparação de danos morais deveria ser feita pelo Estado.
Caso a sentença seja mantida, a União, posteriormente, teria que cobrar de Gilmar Mendes o ressarcimento desse valor de reparação.
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Foto: Reprodução/República de Curitiba