A ONU mandará ao Brasil sua representante para a prevenção do genocídio. Num documento obtido pelo UOL com exclusividade, a entidade comunica o governo de Luiz Inácio Lula da Silva que pretende visitar o país no final de abril.
Diante da situação do povo Ianomâmi e da crise com as instituições de estado deixado por Jair Bolsonaro, o novo governo passou a dialogar com agências internacionais para avaliar a possibilidade de um respaldo estrangeiro.
Se no governo anterior existia uma resistência a qualquer inspeção internacional sobre a situação do país, o governo Lula passou a buscar as agências estrangeiras para ampliar até mesmo as denúncias de possíveis atos de genocídio por parte de seu antecessor.
Bolsonaro é ainda alvo de denúncias no Tribunal Penal Internacional, em Haia, por genocídio dos povos indígenas, ainda que o processo ainda dependa do procurador-geral da corte.
Numa carta enviada ao Itamaraty nesta semana, a Secretaria das Nações Unidas informa à Missão que a conselheira especial do secretário-geral para a Prevenção de Genocídio, subsecretária geral Alice Wairimu Nderitu, planeja visitar o Brasil de 30 de abril a 10 de maio deste ano.
“O objetivo da visita é que a assessora especial realize consultas com altos funcionários do governo e outros parceiros relevantes sobre seu mandato”, disse a carta.
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“Enquanto estiver no país, Nderitu também gostaria de aproveitar a oportunidade e fazer uma visita de cortesia ao chefe de Estado, Luiz Inácio Lula da Silva”, solicita a carta oficial da ONU.
No documento, a assessora especial solicita ainda a assistência da Missão Permanente para facilitar as reuniões com os ministros das Relações Exteriores, dos Povos Indígenas, da Justiça, da Educação, dos Direitos Humanos e Cidadania, da Igualdade Racial, da Mulher e da Saúde, o procurador-geral da República e o Chefe da Comissão Nacional de Direitos Humanos.
Leia mais na coluna do Jamil Chade publicada no portal UOL