O Ministério da Saúde informou nessa segunda-feira (11) que decidiu não incluir a nitazoxanida, vermífugo conhecido como Annita, na lista de remédios distribuídos para o tratamento do coronavírus (covid-19) na rede pública de saúde.
“A Nitazoxanida não consta nas orientações deste Ministério da Saúde para o tratamento da Covid-19, e também não se encontra incluída na Relação Nacional de Medicamentos – RENAME 2020, de forma que esse medicamento não é adquirido ou financiado com recursos federais do SUS”, diz o texto do Ministério em resposta a um pedido de informações da Câmara dos Deputados.
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Em outubro, o governo federal apresentou o que seriam os resultados de uma pesquisa financiada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia sobre tratamento precoce com a nitazoxanida, e afirmou que o medicamento poderia “salvar vidas”.
Dessa maneira, o governo Bolsonaro investiu R$ 5 milhões no estudo, cujos resultados não foram detalhados na ocasião.
No entanto, um artigo sobre o estudo foi publicado na revista científica European Respiratory Journal. E as análises indicaram que a nitazoxanida é capaz de reduzir a carga viral em pacientes com até 3 dias de confirmação da doença no organismo.
A carga viral de 194 pacientes que se trataram com a nitazoxanida caiu 55% depois de 5 dias. Entre os 198 voluntários que tomaram o placebo, a carga viral teve redução de 45% no mesmo período. Portanto, o vermífugo não levou à redução dos sintomas da covid-19.
Os pesquisadores, desse modo, concluíram não haver evidências de que o medicamento seja uma terapia efetiva para pacientes com casos leves de coronavírus.
Presidente defende uso
Na última terça-feira (5), o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o uso do Annita.
Em uma mensagem postada no Twitter, ele atribuiu a baixa taxa de óbitos por coronavírus em países africanos à distribuição em massa da ivermectina.
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Foto: Reprodução/Facebook