O PDT do presidente Carlos Lupi e do ex-ministro Ciro Gomes se une à proposta do presidente Jair Bolsonaro na defesa do comprovante impresso do voto digital, conhecido, popularmente, como “voto impresso” nas eleições de 2022.
Assim sendo, publica a Veja , o presidente da República ganha um aliado improvável na cruzada pelo tal voto, já que tanto Lupi quanto Gomes são adversários de Bolsonaro.
Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi divulgou, nesta semana, um vídeo nas suas redes sociais defendendo a medida.
Lupi se referiu, exatamente, na quinta-feira (27), ao comprovante impresso do voto eletrônico.
“Sem a impressão do voto, não há possibilidade de recontagem. Sem a recontagem, a fraude impera”, diz Lupi ao final do vídeo do PDT.
Em tempo, segundo Veja: o TSE atesta que as urnas eletrônicas possuem diversos recursos que possibilitam a auditagem, como o registro digital do voto, log da urna, auditorias pré e pós-eleição, auditoria dos códigos-fonte, lacração dos sistemas, tabela de correspondência, lacre físico das urnas, e identificação biométrica do eleitor, entre outros.
Leonel Brizola
A mensagem do líder do PDT, que foi ministro de Lula e Dilma, aponta que Leonel Brizola — líder histórico do PDT morto em 2004 — já defendia a impressão do voto desde o surgimento da urna eletrônica, há 25 anos.
“Pra que possa votar lá, apertar o númerozinho do seu candidato, apertar o 12, e você ver aquele papelzinho, como se fosse esse papel que a gente quando paga com cartão de crédito tem como recibo, cair numa urna transparente e ficar ali guardado. Quando se tiver desconfiança ou quando se tiver uma votação muito diferente de locais, você pode conferir esse voto. É esse o segredo de toda democracia no mundo: a possibilidade de recontagem, de conferência de voto”, justificou o dirigente da sigla.
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Ao lado dos bolsonaristas
Na sequência, Lupi se referiu ao fato de estar ao mesmo lado dos bolsonaristas na defesa da mudança eleitoral, mas sem citar o presidente.
“Hoje algumas pessoas mais à direita querem defender a impressão do voto. Não é porque eles estão hoje defendendo, que nós vamos deixar de defender aquilo que para a democracia é salutar. Já foi aprovada, inclusive, no Congresso Nacional, e o Tribunal [Superior Eleitoral] não quis fazer porque disse, na época, que não tinha recursos para fazer”, acrescentou Lupi.
Ele só esqueceu de dizer, conforme Veja, que o autor da emenda aprovada no Congresso, em 2015 (ou seja, não só “hoje”), foi o então deputado federal Jair Bolsonaro. E que o STF já considerou inconstitucional a impressão de comprovante de votos.
Atualmente, uma comissão especial na Câmara dos Deputados analisa uma PEC da deputada Bia Kicis (PSL-DF), para incluir o voto impresso na Constituição.
Foto: PDT/divulgação