Enquanto articula a anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, a oposição também aposta na mudança da Lei da Ficha Limpa. O objetivo é reduzir o tempo de inelegibilidade de oito para dois anos. A proposta, de autoria do deputado Bibo Nunes (PL-RS), estabelece que o prazo seja contado a partir da eleição que motivou a punição. Com isso, abriria caminho para Jair Bolsonaro (PL) disputar a Presidência em 2026.
A estratégia busca apoio de outros partidos, já que a inelegibilidade atinge políticos de diferentes espectros. O projeto já conta com 73 assinaturas, incluindo deputados do PL, MDB, Patriota, PP, PSD e Republicanos.
Além disso, a família Bolsonaro apoia a movimentação. No Senado, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) acompanha as negociações. A proposta, revelada pelo “Antagonista” e confirmada pelo blog, pode gerar novo embate entre Congresso e Judiciário.
Ademais, Bolsonaro foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se o projeto avançar, será mais um capítulo da disputa entre seus aliados e o tribunal.
Até o momento, a estratégia do ex-presidente é registrar sua candidatura no TSE. Ele pretende sustentar sua posição como principal nome da direita pelo máximo de tempo possível.
Para facilitar negociações, o PL abriu mão da presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Tradicionalmente, o cargo caberia ao partido por ter a maior bancada.
Com um nome mais neutro à frente da CCJ, pautas da direita podem ter menos resistência. Aliados acreditam que, sob Caroline de Toni (PL-SC), fiel bolsonarista, os debates se tornavam mais polarizados.
Pelas negociações atuais, o MDB deve comandar a CCJ. O relator do projeto, deputado Filipe Barros (PL-PR), afirmou que só iniciará as articulações após a definição das comissões.
Ainda não há certeza se Barros permanecerá na CCJ. Em caso contrário, outro nome assumirá a relatoria da proposta.
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A matéria é do G1. Leia na íntegra .
Foto: divulgação