O Amazônia-1, primeiro satélite de sensoriamento 100% brasileiro, pode estar girando fora de controle no espaço, de acordo com medições realizadas por rastreadores de satélite dos Estados Unidos e da Itália. A informação é do jornalista Salvador Nogueira, do Mensageiro Sideral .
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As aferições foram feitas em duas passagens diferentes separadas por cerca de sete horas uma da outra, onde foram determinadas irregularidades de sinal denominadas como captações intermitentes.
O primeiro alerta foi feito na manhã desta terça-feira (2) por meio do Twitter do grupo USA Satcom, que alertou que a passagem do Amazônia-1 na banda S parecia estar capotando, o que poderia não ser bom para a banda X. O que quer dizer que a rotação poderia dificultar a captação de sinal.
“Isso significa que pode ter um problema com o controle de atitude do satélite”, afirma o astrônomo Marcelo Zurita, colunista do Olhar Digital.
“O controle de atitude é o sistema que mantém o satélite “orientado” no espaço, apontando na direção correta”, completa.
Problema tem solução
Até o momento, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), responsável pelo Amazônia-1, não se pronunciou sobre o fato, assim como a Agência Espacial Brasileira (AEB). Entretanto, mesmo que o satélite esteja mesmo fora de controle, a situação é reversível.
O INPE pode, por exemplo, enviar comandos para o sistema de atitude na intenção de estabilizar os giroscópios do interior da espaçonave.
Mas é necessária a divulgação de informações oficiais para saber exatamente o que houve e quais ações podem ser tomadas para que o satélite esteja 100% funcional.
A principal missão do Amazônia-1 no espaço é monitorar áreas de desmatamento da floresta amazônica. Para isso, ele passa pelo Brasil duas vezes a cada dia e tira fotos do solo em uma qualidade de 64 metros por pixel.
“O tipo de órbita desse satélite é a chamada heliosíncrona. Significa que o trajeto dele é síncrono ao Sol”, explica Zurita. “Ele passa pelo Brasil uma vez no meio do dia e outra no meio da noite. Com isso, é impossível de vê-lo diretamente porque ou ele não está iluminado (noite) ou é de dia”.
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Foto: Reprodução super abril.com