O senador José Medeiros (PSD-MT) protocolou no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, nesta terça-feira (11), um pedido de denúncia contra as senadoras que ocuparam a Mesa do Plenário para tentar impedir a votação da reforma trabalhista (PLC 38/2017).
Medeiros conseguiu o apoio de outros 13 colegas, que também assinaram a representação: Ana Amélia (PP-RS), Cidinho Santos (PR-MT), Gladson Cameli (PP-AC), Eduardo Lopes (PRB-RJ), Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), Antonio Anastasia (PSDB-MG), Elmano Ferrer (PMDB-PI), Wilder Morais (PP-GO), Cristovam Buarque (PPS-DF), Ciro Nogueira (PP-PI), Romario (PODE-RJ), Ataídes Oliveira (PSDB-TO) e Ronaldo Caiado (DEM-GO).
“O Senado ficou extremamente constrangido, com vergonha alheia, porque os pilares da democracia foram externamente abalados hoje. Aqui, as pessoas podem falar o que quiserem, tem a tribuna, tem imunidade, mas com a força do argumento, não com o argumento da força”, afirmou o senador à Agência Senado pouco depois de protocolar o requerimento no Conselho.
A ocupação
No documento, Medeiros solicita a instauração de procedimento disciplinar “para verificação de prática de ato incompatível com a ética e o decoro parlamentar”.
Ele relata que a sessão deliberativa desta terça (11) foi aberta às 11h pela senadora Fátima Bezerra (PT-RN) mas, uma hora depois, ela e outras senadoras de oposição — como Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Regina Sousa (PT-PI) — se recusaram a ceder as cadeiras aos membros da Mesa, o que fez o presidente do Senado, Eunício Oliveira, suspender a reunião.
Gesto antiparlamentar
Para Cristovam Buarque, a atitude da oposição foi “um gesto antiparlamentar, antidemocrático”.
Ele disse só ter visto esse tipo de ato em assembleias estudantis. O senador acrescentou que, no Parlamento, os impasses devem ser resolvidos com conversas, diálogos, discursos e negociações.
Alvaro Dias também não aprovou a atitude das senadoras. Para ele, foi um “lamentável espetáculo de arrogância, de prepotência, de truculência, de ausência de inteligência”.
“O contraponto sempre é salutar, a possibilidade de contestar, de protestar e de tentar aprimorar com sugestões a legislação é saudável. Agora, isso que se faz aqui hoje é violência, é prepotência, é ausência de educação política. Isso faz muito mal a esta instituição, uma instituição já desgastada, que agora sofre o impacto da descompostura de senadores que não estão preparados para o exercício da democracia”, afirmou Alvaro.
Fonte: Agência Senado
Foto: Agência Brasil