TCU apura gastos de Bolsonaro com “motociata” a mando de CPI

O requerimento de investigação pelo Tribunal de Contas da União é de autoria dos senadores petistas Humberto Costa (PE) e Rogério Carvalho (SE)

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 23/06/2021 às 18:01 | Atualizado em: 23/06/2021 às 18:06

O TCU (Tribunal de Contas da União) vai apurar os gastos na “motociata” do presidente Jair Bolsonaro, ocorrida no dia 12 de junho. A decisão partiu da CPI da covid no Senado em votação nesta quarta-feira (23).

Os passeios do presidente, além de provocar aglomeração durante a pandemia, segundo o G1, geram gastos com a organização do evento, entre eles a mobilização de aeronaves oficiais, helicópteros, batedores, combustível e diárias para os agentes da segurança presidencial. 

Somente durante a “motociata” de Bolsonaro do último dia 12 de junho, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo estimou um gasto de mais de R$ 1,2 milhão com o reforço no policiamento na capital paulista e na região de Jundiaí. 

Os gastos, porém, tendem a ser maiores, já que o número é referente apenas a gastos do governo estadual.

Na ocasião, o presidente participou de evento intitulado “Acelera para Cristo”, e passou por vias da capital paulista antes de ir até Jundiaí.

No total, o trajeto foi de cerca de 120 quilômetros. 

Antes, no dia 23 de maio, Bolsonaro realizou um passeio de moto no Rio de Janeiro. 

O trajeto foi de cerca de 60 quilômetros, entre a Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, e o Aterro do Flamengo, na Zona Sul.

Sem máscara, Bolsonaro cumprimentou e tocou diversos apoiadores, também sem máscara, infringindo norma local para conter o avanço da covid (coronavírus). 

“Em mais uma ação insana, irresponsável e ilegal, o presidente da República, contra todas as advertências e estudos científicos, recomendações de entidades médicas estrangeiras, universidades e outros centros de pesquisa, adota medidas com gasto de verbas públicas para autopromoção e em descumprimento das normas de segurança sanitária para a pandemia”, escreveram os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Rogério Carvalho (PT-SE) no requerimento aprovado nesta quarta.

Leia a reação dos governistas no G1

Foto: Alan Santos/PR