Transparência convoca ministro da Saúde e chefe da Secom

A Comissão de Transparência que saber se Wajngarten recebeu dinheiro de emissoras de TV, e por que saúde da família foi desativada.

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 03/03/2020 às 17:58 | Atualizado em: 03/03/2020 às 18:16

A Comissão de Transparência do Senado aprovou, nesta terça-feira (3), a convocação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. E convocou também o chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Fábio Wajngarten. 

Os requerimentos partiram do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), segundo a Agência Senado 

Wajngarten vai ter que dar explicações sobre a denúncia de que teria recebido dinheiro de emissoras de TV.

Pela acusação, ele teria também recebido dinheiro de agências de publicidade. Essas agências eram contratadas pela própria secretaria, por ministérios e por estatais. 

Essa operação era feita por meio da empresa FW Comunicação e Marketing, da qual Fábio é sócio. 

Para Randolfe, é necessário investigar se houve improbidade administrativa e desrespeito à Lei 12.813, de 2013.  

Essa lei dispõe sobre o conflito de interesses no exercício de cargo ou emprego do Poder Executivo Federal. 

“Ou seja, independente das atividades serem prestadas de fato ou não, a simples relação de negócio já é considerada irregular”, argumenta o senador em sua justificativa.  

Já o ministro da Saúde foi convocado para explicar um possível encerramento das atividades dos Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB).  

Os núcleos foram criados em 2008 e são compostos de equipes multiprofissionais de assistentes sociais.  Nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos e farmacêuticos, entre outros, fazem parte também dos núcleos. 

Esses agentes atuam de forma integrada com as equipes de saúde da família.  

Segundo Randolfe, uma portaria de 2019 instituiu o programa Previne Brasil e revogou as normativas que definem parâmetros e custeio do Nasf. 

“Diante da gravidade dos fatos, solicito a aprovação do requerimento para que possamos debater o futuro dos Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica”, pediu Randolfe

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Convites 

Os ministros da Educação, Abraham Weintraub, e da Cidadania, Onyx Lorenzoni, também devem ir à comissão.

Eles irão na condição de convidados, também por requerimento de Randolfe. 

Weintraub prestará informações sobre os problemas com a correção e atribuição de notas do Enem.  

Onyx Lorenzoni, por sua vez, tratará da atual fila para o ingresso no Programa Bolsa Família.

E tratará ainda da diminuição do número de famílias beneficiadas no ano de 2019, bem como da redução da previsão orçamentária para o ano de 2020.  

 

Explicações 

O presidente da CTFC, senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL), lembrou que costuma deixar a critério do autor do requerimento se transforma ou não a convocação em convite.  

No caso de Weintraub, como ele já esteve no Senado há pouco tempo, Randolfe concordou em convidá-lo.  

O senador Reguffe (Podemos-DF) lembrou que está se tornando praxe a transformação de requerimentos de convocação em convite, para evitar constrangimentos.  

Todavia, segundo ele, não haveria necessidade desse tipo de troca:  

“É algo absolutamente normal. É papel do Legislativo a convocação. Isso é natural e não deveria ser uma tempestade. Convocar um ministro é papel do Legislativo”, defendeu Reguffe. 

Rodrigo Cunha lembrou que no ano passado a comissão precisou ter paciência com alguns ministros convidados. 

Segundo ele, em geral, as transformações em convite sempre têm que contar com a autorização do autor do requerimento. 

 

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado