O Tribunal Superior Tribunal Eleitoral (TSE) quer julgar, no mês que vem, a ação que pede a cassação de Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão por impulsionamento ilegal de mensagens em massa pelo WhatsApp.
Uma fonte com acesso aos autos disse para o Valor que as novas provas compartilhadas por Alexandre de Moraes são um “material forte”, que “inclui dados obtidos a partir de quebras de sigilo de pessoas investigadas por integrar uma organização criminosa digital que atua desde 2018 – um esquema de financiamento, produção e publicação de notícias falsas e ataques às instituições democráticas, com participação inclusive de um núcleo político”.
Depois do pedido de arrego de Jair Bolsonaro, que elogiou Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, o TSE não deve ter interesse em punir os crimes do presidente golpista, tornando-o inelegível. O Brasil só perde com isso.
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Rede de fake news
Diante do que consideram “nova e gravíssima ameaça que paira sobre a legitimidade e higidez das eleições presidenciais” do próximo ano, o deputado Rui Falcão (PT-SP) e o advogado Marco Aurélio de Carvalho entraram com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que seja apurada a possível interferência de dois dos filhos do presidente Jair Bolsonaro no pleito de 2022.
De acordo com a representação, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) estariam tentando montar uma estrutura no exterior para fazer disparos em massa de notícias falsas por meio de redes sociais e, assim, driblar os controles dos órgãos de fiscalização no Brasil. A informação foi publicada, primeiramente, no site UOL.
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De acordo com a representação dirigida ao TSE, a conexão fora do país estaria sendo feita por Eduardo Bolsonaro que, como presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, teria estreitado relação com Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump.
Para o envio das mensagens, dizem Falcão e Carvalho, com base na informação do UOL , o meio preferencial seria o Telegram, aplicativo de troca de mensagens que não tem representação oficial no Brasil.
Na ação, o deputado e o advogado pedem que o Corregedor-Geral Eleitoral, ministro Luís Felipe Salomão, tome providências para barrar qualquer iniciativa e evitar a consecução dos planos dos filhos de Bolsonaro. Salomão, no início de agosto, mandou instaurar inquérito contra o presidente por ataques ao sistema eleitoral.
Além disso, solicitam providências para que o TSE tente contato, inclusive por meios diplomáticos, com a empresa Telegram, sediada na Rússia, e a realização de audiências públicas com especialistas capazes de apontar caminhos para evitar interferências externas no processo eleitoral.
Foto: Reprodução/ TV