Vice da CPI atribui a Bolsonaro 80 mil mortos pelo coronavírus

Fala do senador e vice-presidente da CPI da Covid ocorre em razão da comprovação de que a presidência recebeu cartas da Pfizer em setembro, pedindo urgência nas tratativas, mas que só deu seguimento às negociações dois meses depois

Mariane Veiga

Publicado em: 08/06/2021 às 12:10 | Atualizado em: 08/06/2021 às 13:00

O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), acusou, nesta segunda (7), o presidente Jair Bolsonaro de ser responsável pela morte de “pelo menos 80 mil brasileiros por omissão direta”.

Isso em razão da demora de dois meses em dar prosseguimento às tratativas de aquisição de doses da vacina contra covid junto à Pfizer.

Portanto, ficou comprovado, por meio de documento obtido pela Lei de Acesso à Informação (LAI) e divulgado pelo site “O Antagonista”, que a carta enviada pela Pfizer, em 12 de setembro, chegou até o presidente, sendo recebida e respondida pelo Gabinete Pessoal do Presidente da República.

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A resposta foi protocolar, alegando que, em razão da natureza do assunto, o documento estava sendo direcionado ao Ministério da Saúde e à Casa Civil.

“Além dos 53 e-mails sem respostas, que foram encaminhados pela Pfizer ao governo brasileiro, o próprio presidente da República acusou o recebimento da carta” da Pfizer, disse Randolfe.

Em depoimento na CPI, o gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, disse, em 13 de maio, ter enviado uma carta ao presidente Jair Bolsonaro reforçando a oferta de vacinas contra o coronavírus ao Brasil e pedindo urgência nas tratativas, mas só obteve sinalização para avançar nas negociações dois meses mais tarde.

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Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado