A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e do hacker Walter Delgatti pelos crimes de invasão de sistema informático e falsidade ideológica. O pedido foi feito nesta sexta-feira (31/1) e pode levar à prisão da parlamentar, que já havia sido cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) e declarada inelegível por oito anos.
Zambelli e Delgatti são acusados de envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Segundo a denúncia, o hacker inseriu um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, assinado como se fosse pelo próprio magistrado.
A PGR argumenta que a ação foi uma tentativa de desacreditar o Judiciário e obter vantagens políticas.
A investigação da Polícia Federal (PF) revelou que documentos falsificados foram encontrados nos dispositivos de Zambelli, idênticos aos localizados no computador de Delgatti.
Em um dos casos, a deputada acessou um arquivo apenas 22 segundos após sua criação pelo hacker, o que, segundo a PGR, comprova um repasse imediato do documento.
Outra prova contra Zambelli é o acesso a um arquivo fraudulento que determinava o bloqueio de R$ 22,9 milhões de Moraes, visualizado por ela 18 horas após ser criado.
Apesar das evidências, Zambelli nega participação no esquema.
No entanto, Delgatti confessou à PF que foi contratado pela parlamentar para invadir o sistema do CNJ.
O hacker também revelou que, a mando de Zambelli, inseriu um alvará de soltura falso de Sandro Louco, líder do Comando Vermelho, condenado a 200 anos de prisão.
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O caso teve grande repercussão desde maio de 2024, quando a primeira turma do STF aceitou por unanimidade a denúncia contra Zambelli e Delgatti. Ambos se tornaram réus e agora enfrentam a possibilidade de condenação por crimes que podem levar à prisão.
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados