Por Rosiene Carvalho , da Redação
Os processos que pedem a inelegibilidade do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM) e pré-candidato a governador David Almeida (PSB) podem ter o julgamento iniciado em plena campanha eleitoral de 2018.
Mesmo sem condenação, os casos podem estilhaçar as campanhas dele e da, agora, nova aliada de Amazonino Mendes (PDT), a ex-deputada federal Rebecca Garcia (PP).
Os processos estão em plena tramitação, sendo instruídos.
A avaliação de que o julgamento pode coincidir com o período da campanha foi feita ao BNC AMAZONAS por profissionais que acompanham as ações judiciais no Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM).
Movimentação recente da denúncia movida pelo governador Amazonino Mendes, que desistiu de desistir dos processo contra contra David, mostra que os advogados dele indicaram testemunhas para assegurar as acusações levantadas contra o possível adversário nas urnas.
Por não se tratar de denúncias de irregularidades na eleição de 2014, quando David se elegeu deputado, o processo não representa qualquer risco de cassação do atual mandato do deputado.
Como é referente ao pleito em que ele não concorreu, o da eleição suplementar de 2017, o risco de David é o de ficar inelegível até 2025 a partir da possível condenação.
Ou seja, se ocorrer condenação antes do pedido de registro deste ano, David poderia ficar inelegível. Os profissionais do Direito que acompanham o caso no TRE-AM acreditam que este cenário dificilmente se concretiza.
No entanto, o início do julgamento em pleno período eleitoral pode trazer danos à imagem de David, acusado de corrupção eleitoral no exercício do cargo de governador interino, e gerar opções de ataque dos adversários à candidatura de quem se apresenta como representante da nova política no Estado.
O mesmo risco corre a então candidata escolhida por David em 2017, Rebecca Garcia. A ex-deputada federal não tem mandato e não pode ser cassada, mas pode ficar inelegível por oito anos após eventual condenação.
Rebecca, aliás, por ter sido a candidata em 2017, pelo trâmite processual, é o alvo principal da ação judicial.
Isso significa dizer que não há munição que perfure David sem que Rebecca seja atingida antes.
Foto: BNC AMAZONAS