Por Rosiene Carvalho , Da Redação
O senador e pré-candidato ao Governo do Amazonas Omar Aziz (PSD) partiu publicamente para a linha de frente de sua defesa e pré-campanha ao colocar no discurso de um evento público uma das questões consideradas o “calcanhar de aquiles” dele para as eleições 2018: as investigações que o envolvem nas operações da Polícia Federal Lava Jato e da Maus Caminhos.
Omar já havia sido provocado a falar sobre o assunto em entrevistas rápidas à mídia local nas últimas semanas quando ampliou suas participações em eventos públicos. Mas, nesta sexta-feira, dia 11, no palanque do DEM de homenagem ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ele próprio puxou o tema e apresentou sua defesa.
Omar e políticos do PSDB, DEM, PRB e PSD participaram do um evento do Democratas em que o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), entregou a chave da cidade de Manaus ao presidenciável do DEM.
“Estamos vivendo um momento muito diferente na política. Hoje se lançam flechas para todos os lados. Essas flechas já atingiram ou vão atingir muitos corações e a flecha não tem volta. Ela sai e você não sabe onde ela vai chegar. Eu tenho certeza que todas as flechas que foram lançadas contra mim, nenhuma irá me atingir. Nenhuma!”, declarou.
“População sofre injustiça”
Omar disse que há sofrimento causado nele e na família dele em função de investigações que já duram três anos. As investigações, acrescentou, não encontraram nada contra a sua história política.
O pré-candidato comparou seu é sofrimento ao de “injustiças” pelas quais passam a população do Amazonas e disse que este mal é algo ainda mais irreparável.
“Eu disse aos meus filhos e à minha família: Eu não estou só e não me acho a pessoa mais injustiçada. Se a gente olhar nos bairros de Manaus, se a gente olhar nos municípios do Estado do Amazonas, neste momento tem uma mãe indignada porque uma filha foi estuprada e ninguém faz nada por ela. Neste momento, tem um pai de família que está sendo assaltado quando vem do trabalho. Estes, sim, estão sendo injustiçados. Não, nós! E é por essas pessoas que temos o dever, a obrigação de não deixá-los indignados e muito menos injustiçados”, declarou.
“Sem provas e sem indiciamento”
Omar disse que tem tranquilidade em relação às investigações que envolvem o nome dele.
“Por isso, tenho muita tranquilidade, em conversar, enfrentar e, possivelmente, até agora eu não tive que me defender de absolutamente nada. Há mais de três anos, Rodrigo (Maia), estão me investigando. A Polícia Federal, o Ministério Público Federal, o Supremo Tribunal Federal me investigam e não há sequer um indiciamento para que eu responda a um processo. Não tem”, afirmou.
Em outra parte do discurso em que falava que todos em algum momento da vida passam por algum tipo de injustiça por acusações sem fundo de verdade, Omar abriu os braços e disse:
“Vou passar por isso? Vou! Mas ninguém me obrigou. Para mim, não é sacrifício servir ao povo do Amazonas. Para mim, é um prazer servir ao povo do Amazonas. A indignação? Vai passar! As injustiças? Vão passar! E as flechas lançadas contra mim? Vão passar! Nenhuma flecha lançada contra mim vai me atingir. Não fiz absolutamente nada que envergonhasse”, disse.
“Cumpri todas as promessas de 2010”
O ex-governador acrescentou ainda que pediu um levantamento à sua equipe sobre promessas feitas na campanha de 2010 para comparar com os resultados do seu governo.
“Pedi para que me mostrassem tudo aquilo que eu tinha ido para televisão prometer. E me trouxeram uma lista enorme de promessas que eu tinha feito. Naquela lista, todas as promessas que eu fiz eu cumpri como governador. Todas! Todas!”, afirmou.
O pré-candidato disse que em seu governo, o Estado construiu mais moradias populares que outros governadores que passaram mais de quatro anos no Governo.
No caso, os nomes que se encaixam neste parâmetro são o do senador Eduardo Braga (MDB), que governou o Estado por dois mandatos, e o governador Amazonino Mendes (PDT), que exerce, neste mandato tampão, o seu quarto mandato.
“Construí mais casa do que quem ficou mais de quatro anos no governo. Em quatro anos, implantei programas aqui que a história do Amazonas nem se lembrava que poderia existir. Por isso, se tiver que enfrentar uma campanha vou enfrentar essa campanha de cabeça erguida. Não admito politicagem”, disse.
“Tenho obrigação de mostrar ao meu povo que não fiz nada para envergonhá-lo”
Ele afirmou que o grupo político dele não irá fazer “peneira” como está ocorrendo com outros grupos. “Não admito peneira. A peneira que estão fazendo aí, é preciso que haja uma bitola para passar tanta bala nesta peneira. Aqui não se faz peneira. Não precisa de peneira. Precisa de verdade. E a verdade vai prevalecer hoje, amanhã e sempre. Tenho obrigação de mostrar ao meu povo que não fiz nada para envergonhá-lo”.
Antes de subir ao palanque, quando falou com jornalistas na chegada do evento, Omar afirmou do momento em que ocorre esta eleição e que a classe política é hostilizada na opinião pública. Ele avaliou que algumas flechas vão ferir mortalmente alguns político, mas disse que estava consciente que era preciso enfrentar o momento.
“Essas flechas demoram muito a seguir o seu caminho. A gente tem que ver a perspectiva do que é melhor para o Estado. E aí quem define isso não sou eu, nem você, é a vontade de Deus e da população. Sou muito ciente disso, sei da dificuldade que todos temos. Não só eu como todo político”, disse.
Grupo político
Na chegada, Omar foi questionado sobre os políticos e partidos reunidos no evento e se os mesmos fortalecem o palanque dele para este pleito.
“Arthur e eu temos uma relação há muitos tempo. Pauderney (Avelino-DEM) e Silas (Câmara-PRB) da mesma forma. Tenho conversado e tratado de assuntos de interesse do Estado com o Alfredo Nascimento (PR). São forças políticas, partidos políticos que engrandeceriam qualquer aliança”, comentou.
Foto: BNC Amazonas
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