Por Rosiene Carvalho , da Redação
Por falta de quórum, a Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM) adiou mais uma vez a votação do veto do governo ao aumento do salário dos policiais militares e bombeiros do Estado.
A votação suspensa ontem, quando havia 22 deputados no plenário, foi adiada para esta quinta-feira, dia 21, sob a justificativa de dar chance dos deputados ausentes Sinésio Campos (PT) e Ricardo Nicolau (PSD) participarem da votação.
O veto foi retirado ontem, dia 20, depois que a oposição percebeu que perderia a votação em função de duas derrotas seguidas. Para derrubar veto do governo são necessários 13 votos e a oposição só conseguiu reunir 12 parlamentares para barrar a vontade do governo.
Na sessão de ontem parlamentares da base indicaram que o governo estava disposto a enviar novo projeto com o mesmo teor do primeiro com o parcelamento gradual da reposição da data base dos militares. O que, segundo a oposição, não agrada a categoria e não reflete a capacidade econômica do Estado. A oposição quer que o maior percentual seja pago ainda este ano.
Questionado hoje sobre o novo projeto, o deputado governista Vicente Lopes (Sdd) disse que o governo mandará uma nova proposta quando a discussão da atual mensagem, vetada na íntegra pelo governo, encerrar na ALE-AM.
O quórum mínimo para votação na ALE-AM é de 13 deputados. Havia no plenário, na hora que a sessão foi suspensa, menos que isso.
Governo ganha fôlego na ALE
Na queda de braço, deputados que votavam com a oposição passaram a compor a base o que fragilizou a tentativa de derrubar o veto. Os deputados que mudaram de lado nesta quarta foram Carlos Alberto, Augusto Ferraz (DEM) e Mário Bastos (PSD).
A base de Amazonino contou portanto com votos de deputados que, em tese, estão na órbita de Omar Aziz (PSD). Além da ausência de Nicolau, que também eh do partido do senador; ter favorecido o governo nesta e em outras votações.
O pano de fundo da discussão pela data base dos militares está contaminada, nos dois lados, base e oposição, pela disputa eleitoral de 2018. E não só é só pelos pré-candidatos ao Governo, há também os interesses dos pré-candidatos a deputados. Todos querem louros exclusivos dos benefícios que ora está sendo adiado dos trabalhadores da segurança pública do Estado.
Cabo de guerra por percentuais da data base
Em 14 de março deste ano, a categoria paralisou as atividades. O protesto não durou 24 horas porque o governo cedeu e ofereceu aos policiais cerca de 24% de recomposição salarial em função de perdas inflacionai. A paralisação começou por volta de 18h e às 10h do dia 15 o governador chamou as lideranças do movimento para conversar.
A proposta do governo enviada à ALE-A foi que o pagamento, para a data-base de 2017, fosse no percentual de 4,0825%, a contar de 1º de abril de 2018. Para a data-base de 2015 e 2018, o percentual seria de 10,85% a contar de 1º de abril de 2019. Mas, na ALE-AM, os deputados Platiny Soares (PSB), Alessandra Campelo (MDB) e Cabo Maciel (PR) apresentaram uma emenda adiantado para este ano o maior percentual.
Foto: Arquivo BNC
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