Bolsonaro interfere e juíza tira presidente do Iphan do cargo

Processo de afastamento de Larissa Dutra já tramitava antes de Bolsonaro dizer que "ripou" a diretoria do órgão para favorecer Luciano Hang

Mariane Veiga

Publicado em: 18/12/2021 às 15:42 | Atualizado em: 18/12/2021 às 16:16

A diretora-presidente do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), Larissa Rodrigues Peixoto Dutra, foi afastada do cargo, após decisão da juíza Mariana Tomaz da Cunha, da 28ª Vara Federal, do Rio de Janeiro, atentendo a solicitação do Ministério Público Federal (MPF-RJ).

A determinação se dá poucos dias após a declaração do presidente Jair Bolsonaro (PL) de que “ripou todo mundo do Iphan” por conta da interdição das obras de uma loja da Havan, do empresário bolsonarista Luciano Hang.

Além da fala de Boslonaro, o pedido do MPF foi elaborado com base em ação aberta após o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero apresentar, em 2020, um pedido de suspensão da nomeação de Larissa, sob o argumento de que ela “não preenche técnica e moralmente nenhum dos requisitos exigidos” para o cargo.

Dessa forma o espisódio envolvendo a interferência de Bolsonaro no órgão foi citado pela juíza em sua decisão.

“Com efeito, no exercício de suas funções, o atual exmo. presidente da República admitiu que, após ter tomado conhecimento de que uma obra realizada por Luciano Hang, empresário e notório apoiador do governo, teria sido paralisada por ordem do Iphan, procedeu à substituição da direção da referida autarquia”, diz a magistrada.

As informações são do Metrópoles.

Foto: Reprodução