Maioria da bancada do AM vota pela liberação de jogos de azar
Somente os deputados José Ricardo e Silas Câmara votaram contra o projeto para liberação da jogatina no Brasil

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 24/02/2022 às 13:43 | Atualizado em: 24/02/2022 às 13:59
Na bancada do Amazonas na Câmara dos Deputados, apenas os parlamentares José Ricardo (PT) e Silas Câmara (Republicanos) votaram contra, nesta quarta-feira (23), o texto-base do projeto de lei que legalizou os jogos de azar no Brasil.
Na votação, que prossegue nesta quinta-feira (24), os deputados aprovaram a exploração de cassinos, bingos, jogo do bicho e jogos on-line, mediante licenças em caráter permanente ou por prazo determinado.
Votaram a favor os deputados Átila Lins (Progressistas), Bosco Saraiva (Solidariedade), Capitão Alberto Neto (Republicanos), Delegado Pablo (PSL), Marcelo Ramos (PSD) e Sidney Leite (PSD).
“Aprovado na Câmara dos Deputados por 246 votos a 202 o projeto que legaliza os jogos de azar no Brasil. Votei contra esse retrocesso no Brasil. Vitória dos grandes esquemas de cassinos e da lavagem de dinheiro”, escreveu no Twitter José Ricardo.
Para ele, a Casa deveria ter priorizado a aprovação do projeto de lei Paulo Gustavo que prevê recursos para a cultura. “O presidente Lira prefere colocar na pauta de votação do projeto dos jogos de azar. A quem interessa isso?”, questionou.
Ex-presidente da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) Silas Câmara foi um dos nomes destacados para a operação de guerra montada pela bancada a fim de evitar a aprovação.
“A Frente é contra o projeto e qualquer iniciativa referentes a jogos de azar nessa Casa. O Brasil precisa de outras iniciativas e de outras frentes. Nós estamos juntos com o Brasil”, encaminhou Câmara.
Las Vegas
Marcelo Ramos, que é vice-presidente da Casa, demonstrou ser um entusiasta da matéria. Tanto que chegou a apresentar uma emenda ao projeto.
Na emenda, que foi retirada, Ramos pretendia que a licença dos jogos de azar priorizasse regiões em que o turismo “ainda não seja explorado ou seja pouco explorado”.
“Com isso, poderíamos seguir o exemplo do que ocorreu com Las Vegas, no Estados Unidos, que se desenvolveu fundamentalmente em razão da exploração dos jogos”, justificou Ramos.
Segundo apurou o site Metrópoles, a proposta do deputado amazonense teve apoio de quatro líderes: André Figueiredo (PDT-CE), Uldurico Junior (PROS-BA), Antonio Brito (PSD-BA) e Altineu Côrtes (PL-RJ).
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Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados