Comissão das mortes no Vale do Javari é instalada no Senado

A comissão será presidida pelo senador Randolfe Rodrigues, um dos principais opositores na Casa ao governo de Jair Bolsonaro

Mariane Veiga

Publicado em: 20/06/2022 às 13:12 | Atualizado em: 21/06/2022 às 11:35

O Senado instalou, no final da manhã de hoje (20), uma comissão especial para apurar o contexto em torno das mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips.

O colegiado, que tem um prazo de trabalho de 60 dias, tem o objetivo de investigar “as causas do aumento da criminalidade e de atentados contra povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos e jornalistas na região Norte e em outros estados”.

A comissão será presidida pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos principais opositores na Casa ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). O relator será Nelsinho Trad (PSD-MS), e o vice-presidente será Fabiano Contarato (PT-ES).

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Comissão do Senado vai ao Amazonas mesmo com caso elucidado

A criação da comissão foi aprovada no plenário do Senado há uma semana, quando as mortes de Dom e Bruno ainda não estavam confirmadas. O grupo de senadores deverá ir pessoalmente ao Amazonas para acompanhar as apurações.

Ministro da Justiça vai ser ouvido

O colegiado aprovou também convites para ouvir o ministro da Justiça, Anderson Torres, e representantes da Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), que representa os povos habitantes do território, no extremo oeste do estado do Amazonas.

As audiências devem ocorrer na próxima quarta-feira (22) e a oitiva será feita em conjunto com a Comissão de Direitos Humanos (CDH).

A terra indígena do Vale do Javari, que é a segunda maior do país, abriga pelo menos 26 povos. Sete deles têm contato regular com a sociedade externa, mas a maioria é de povos isolados, cuja existência vem sendo ameaçada por atividades criminosas na região.

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Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado