Senador Acir Gurgacz começa a cumprir o semiaberto na Papuda

Publicado em: 17/10/2018 Ă s 13:28 | Atualizado em: 17/10/2018 Ă s 13:28
O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) deixou, nesta quarta-feira (17), por volta das 7h, a delegacia da PolĂcia Federal (PF) em Foz do Iguaçu, no ParanĂ¡, com destino a BrasĂlia, onde cumprirĂ¡ pena de 4 anos e 6 meses em regime semiaberto.
A expectativa Ă© de que ele desembarque ao meio-dia no Aeroporto Juscelino Kubitschek.
Segundo a PF, do aeroporto o senador serĂ¡ levado ao Instituto MĂ©dico Legal, onde farĂ¡ exame de corpo delito.
Depois, ele serĂ¡ encaminhado ao presĂdio da Papuda, segundo informou a AgĂªnciaBrasil.
O parlamentar (foto) foi condenado por desvio de recursos de um financiamento obtido junto ao Banco da AmazĂ´nia, entre 2003 e 2004, quando era diretor da empresa de Ă´nibus ViaĂ§Ă£o Eucatur.
A determinaĂ§Ă£o pela transferĂªncia do senador, que estava internado em um hospital em Cascavel (PR), foi dada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Segundo a denĂºncia apresentada pelo MinistĂ©rio PĂºblica Federal (MPF), Gurgacz obteve, mediante fraude de documentos e dispensa indevida de garantias, um emprĂ©stimo de R$ 1,5 milhĂ£o para a renovaĂ§Ă£o da frota de Ă´nibus de sua empresa.
Gurgacz foi condenado em fevereiro pela Primeira Turma do STF por crime contra o sistema financeiro nacional.
No inĂcio do mĂªs, o colegiado determinou o cumprimento imediato da pena, mas a ordem de prisĂ£o foi adiada atĂ© depois das eleições, uma vez que o senador era candidato ao governo de RondĂ´nia e por isso nĂ£o poderia ser preso, conforme o CĂ³digo Eleitoral.
Crise de ansiedade
Passadas as eleições, a remoĂ§Ă£o de Gurgacz a um estabelecimento penal voltou a ser postergada por ele ter sido internado em um hospital de Cascavel (PR), para onde havia ido visitar familiares, devido a uma crise de ansiedade.
A defesa havia solicitado que a prisĂ£o fosse adiada enquanto durasse a internaĂ§Ă£o, mas o ministro Alexandre de Moraes nĂ£o concedeu o pedido.
Moraes afirmou inexistir notĂcia de que o inĂcio do cumprimento da pena possa acarretar em risco de vida ou Ă saĂºde fĂsica ou psĂquica do senador.
O ministro acrescentou que o atestado mĂ©dico apresentado pela defesa registra somente o inĂcio de tratamento com remĂ©dios, o que poderĂ¡ prosseguir mesmo com o inĂcio da execuĂ§Ă£o da pena.
O dinheiro, porĂ©m, nĂ£o foi utilizado para a aquisiĂ§Ă£o de veĂculos novos, conforme previsto no contrato, mas somente em parte para compra de veĂculos velhos reformados, com mais de 11 anos de uso, diz a denĂºncia do MPF.
Acrescenta que cerca de R$ 510 mil teriam sido embolsados pelo prĂ³prio senador, sendo apresentadas notas fiscais falsas para acobertar o desvio.
Foto: ReproduĂ§Ă£o/TV Globo