Especial Dia do Trabalho | ZFM – Senado quer explicações de Guedes

Aguinaldo Rodrigues, da Redação

O senador Plínio Valério, do PSDB do Amazonas, quer que o ministro da Economia, Paulo Guedes, explique oficialmente ao Senado de onde tirou que a Zona Franca de Manaus (ZFM) vai dar um rombo de R$ 30 bilhões nos cofres públicos com a questão do crédito de IPI para os insumos produzidos no estado.

Guedes, que já recebeu pelas mãos do deputado federal Marcelo Ramos (PR-AM) os estudos feitos pela Secretaria de Fazenda (Sefaz) do Governo do Amazonas que mostram que essa renúncia não chega a R$ 1 bilhão, vem disseminando dados mentirosos. E isso tem levado outros inimigos da ZFM a amplificar esses números estratosféricos.

Valério disse que a mesa diretora do Senado vai cobrar essas informações de Guedes em até 30 dias, sob pena de enquadrá-lo em crime de responsabilidade. O senador afirmou que quer que o ministro esclareça a questão e assim faça cessar os ataques ao polo industrial do Amazonas.

Em entrevista a uma TV local, o senador disse que não participou do último encontro da bancada parlamentar do Amazonas com o ministro da Economia porque já conhecia do seu pensamento sobre a ZFM. “[O ministro] Usa palavras e ações distintas”.

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Rebatendo com números

Antes do julgamento da questão do crédito de IPI, e depois das declarações ameaçadoras de Guedes contra a ZFM, Valério já havia criticado o ministro por querer atribuir ao polo industrial do Amazonas parcela de responsabilidade pela crise fiscal brasileira.

Para o senador, o estado do Amazonas tem pouco incentivo comparado ao que arrecada aos cofres da União com a ZFM.

Valério disse à Agência Senado que o Amazonas arrecadou para a Receita Federal em 2017 quase R$ 14 bilhões em impostos, mas recebeu apenas R$ 7,5 bilhões.

“A Zona Franca de Manaus foi e continua sendo a única política da União favorável ao estado, que é responsável pela geração de 84 mil empregos diretos, 500 mil indiretos, além da preservação de 97% da floresta, no Amazonas”, disse o senador tucano.

Ainda de acordo com o parlamentar, o ministro da Economia precisa saber que o custo ZFM, que ele considera elevado, “é menos de um terço da renúncia fiscal do Simples, por exemplo”.

“Quanto vale uma floresta tropical como a nossa preservada para o mundo? Quanto o mundo pagaria para manter preservada uma floresta como a nossa? Quanto o mundo pagaria para restabelecer uma floresta devastada? Incalculável. E vem o ministro me falar de números”, disse Valério.

Foto: BNC Amazonas