Deputado vê Bolsonaro sem plano para Amazônia, que não conhece

Plano

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 02/09/2019 às 12:16 | Atualizado em: 02/09/2019 às 12:16

Na posição de membro da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas e defensor das populações tradicionais, o deputado federal Sidney Leite (PSD-AM) manifestou sua discordância da afirmação do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), sobre o plano de rever demarcações de terras indígenas.

Desse pensamento compartilha o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno.

“Essa discussão de rever terras indígenas, isso é um discurso de quem não tem uma proposta clara e não conhece, efetivamente, a Amazônia. Nós não temos nenhum problema com os povos indígenas”, disse Leite.

Ele falou do assunto durante encontro com indígenas de mais de 23 etnias que habitam o município de São Gabriel da Cachoeira, a 852 quilômetros de Manaus, neste final de semana.

O deputado destacou a importância dos povos indígenas, de seus conhecimentos, e de sua cultura e história para o país.

Falando aos povos indígenas, Leite usou o encontro das águas dos rios Negro e Solimões, em Manaus, como metáfora para ressaltar que, apesar de todas as diferenças, convivem harmonicamente.

 

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Exploração com racionalidade

Para o parlamentar, as riquezas naturais e minerais da região amazônica podem ser exploradas com baixo impacto ambiental. Só que com revisão e atualização da legislação mineral, com tecnologia e diagnóstico correto. “E é importante que o Brasil e o mundo entendam isso também”, disse.

“Infelizmente, o Brasil nos enxerga como brasileiro de terceira categoria, como se aqui fosse uma reserva de mercado. E o mundo nos vê como o pulmão do mundo. Fora isso, não compreendem que aqui existem homens, mulheres, jovens e crianças que sonham, que pensam, que lutam, que trabalham, para ter uma vida melhor e com dignidade”.

 

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Papel do CBA

Segundo o deputado, o Amazonas possui o espaço apropriado para produção de tecnologia para a exploração correta da biodiversidade: o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA).

Para Leite, o CBA poderia se tornar um centro de bioeconomia.

Ele disse defender a sustentabilidade ambiental, mas também social. “Não é com miséria, com pobreza, que vamos garantir e preservar a Amazônia”.

 

Foto: Divulgação/assessoria do deputado