Aras diz que restringir acesso a dados sigilosos ajuda lavagem de dinheiro

Pressionado, PGR diz que vai apurar falas de Bolsonaro sobre eleiĂ§Ă£o

Publicado em: 19/11/2019 Ă s 16:43 | Atualizado em: 19/11/2019 Ă s 16:43

A Procuradoria-Geral da RepĂºblica enviou, nesta terça-feira (19), aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) um memorial no qual se posiciona contra a restriĂ§Ă£o ao compartilhamento de informações fiscais sigilosas de contribuintes entre Ă³rgĂ£os de controle e MinistĂ©rio PĂºblico. As informações sĂ£o do G1.

Em julgamento nesta quarta (20), segundo o portal de notĂ­cias da Globo, o plenĂ¡rio do Supremo começarĂ¡ a decidir quais sĂ£o os limites para compartilhamento dessas informações sem que seja necessĂ¡ria autorizaĂ§Ă£o judicial.

No memorial, o procurador-geral da RepĂºblica, Augusto Aras (foto), afirma que a restriĂ§Ă£o ao compartilhamento com o MP por Ă³rgĂ£os como o antigo Coaf (atual Unidade de InteligĂªncia Financeira, UIF) e a Receita Federal, pode implicar o enfraquecimento do combate ao crime de lavagem de dinheiro; prejudicar a imagem do paĂ­s junto a organismos internacionais como o Grupo de AĂ§Ă£o Financeira Internacional (Gafi) e o Banco Mundial; e provocar a abertura de investigações desnecessĂ¡rias.

Em julho deste ano, recorda o G1, o presidente do STF, Dias Toffoli, concedeu liminar (decisĂ£o provisĂ³ria) que suspendeu em todo o territĂ³rio nacional processos que tiveram origem em dados fiscais e bancĂ¡rios sigilosos de contribuintes compartilhados sem autorizaĂ§Ă£o judicial.

O ministro Toffoli tomou a decisĂ£o ao analisar pedido do senador FlĂ¡vio Bolsonaro (PSL-RJ), um dos cinco filhos do presidente Jair Bolsonaro.

O senador argumentava que o MinistĂ©rio PĂºblico do Rio de Janeiro teve acesso a informações fiscais dele sem autorizaĂ§Ă£o judicial.

Para Toffoli, apenas informações genĂ©ricas – sem detalhamento – poderiam ser compartilhadas sem permissĂ£o de um juiz.

Leia mais no G1

 

Foto: José Cruz/ABr/arquivo