Citando prosa e poesia, o governador do Amazonas em exercício, Carlos Almeida (PRTB), fez duro discurso em defesa da Zona Franca de Manaus (ZFM).
Foi hoje, dia 20, na reunião do CAS, diante do secretário de Produtividade, Competitividade e Emprego (Sepec), Carlos da Costa.
O CAS é o Conselho de Administração da Suframa, a superintendência da ZFM.
Costa é a autoridade do governo federal à qual a ZFM está subordinada.
Além disso, é auxiliar direto do ministro Paulo Guedes (Economia), que tenta acabar com o modelo de subsídio da ZFM.
Sem citar a polêmica do IPI dos concentrados, Carlos Almeida disse a razão de sua presença na reunião.
“E nós estamos aqui nessa sessão para trazer ênfase a esse ponto importante: sobrevivência!”.
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Paralelo com “Blade Runner”
Em seguida, fez citações citou à obra do cinema “Blade Runner”, de 1982:
“Lá [no filme] tem um negócio interessante: cópias humanas, os chamados replicantes”.
E explicou:
“Para que você garantisse que eles não concorreriam com os seres humanos, você garantia uma coisa importante: um limitador, que era prazo de vida”.
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O prazo de Bolsonaro
No dia 6 deste mês, o presidente da República, Jair Bolsonaro, estabeleceu um limitador de vigência para incentivos de IPI ao polo de concentrados .
De acordo com o presidente, assinaria um decreto para aumentar o incentivo de 4 para 8%.
O problema, porém, é que esse aumento vigoraria apenas por cinco meses: de junho a novembro.
“É a nossa preocupação agora. Se está estabelecendo um prazo para que o nosso estado do Amazonas tenha de decidir sobre o seu modo de sobrevivência pelos próximos meses”, disse ele.
Bolsonaro também já havia estabelecido um outro limite ainda mais preocupante.
Fez isso quando disse que iria zerar o incentivo para o polo de concentrados nos próximos anos, até 2022.
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O direito de viver sob prazo
Em seguida, o governador em exercício concluiu raciocínio, dizendo:
“No final da obra, o Roy Batty, que é um replicante, está desesperado porque o prazo dele de cinco anos de vida vai acabar. E ele vai morrer. A obra inteira, apesar de ser ficção, traz uma coisa muito importante: a grande filosofia que se dá entre o direito de se viver e o estabelecimento de prazos para tanto”.
Em fala direta ao secretário de Guedes, Carlos Almeida disse:
“A Amazônia não é do Amazonas, a Amazônia não é só do Brasil. A Amazônia, como qualquer pessoa bem entende, a Amazônia é de todo o Brasil”.
Veja o discurso do governador Carlos Almeida
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Foto: BNC Amazonas