A desembargadora federal Maria do Carmo Cardoso, que liberou o transporte fluvial no Amazonas em plena pandemia do novo coronavírus, tem uma série de decisões e posicionamentos no mínimo polêmicos.
Uma matéria publicada pelo Blog da Cidadania, há exatos um ano (30 de março de 2019), revela uma série de escândalos e posicionamentos suspeitos.
“Permitir a comemoração do golpe sangrento de 1964 foi o ápice de sua atuação medonha como magistrada”, diz um trecho da reportagem.
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A matéria segue narrando as posições polêmicas da magistrada federal e cita caso ocorrido em 2011, quando “a desembargadora chamou índios de ‘privilegiados’ quando, em uma sessão-relâmpago de 15 minutos no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), votou afirmando que os povos indígenas afetados por Belo Monte não precisavam de ser consultados pelo Congresso Nacional.”
Outro caso da magistrada envolve a denúncia de Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, que afirmaram ter tentado comprar decisões judiciais em tribunais superiores em Brasília.
Para isso, contavam com a advogada Renata Gerusa Prado de Araújo e com a mãe dela, a desembargadora Maria do Carmo Cardoso.
A denúncia ocorreu por meio do ex-marido de Renata, que sofreu ameaças de morte.
Segundo matéria da VEJA , a desembargadora também autorizou o desbloqueio de 45 milhões de reais que deveriam ser pagos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) à rede Soebras, dona de empresas nos setores de educação e saúde, pertencente ao ex-prefeito de Montes Claros (MG), Ruy Muniz, e à deputada federal Raquel Muniz (PSD-MG).
Quem não se lembra do voto patético de Raquel Muniz (foto) no congresso? “Meu voto é pra dizer que o Brasil tem jeito, e o prefeito de Montes Claros mostra isso pra todos nós com a sua gestão”, disse efusivamente.
O repasse do FNDE havia sido bloqueado em razão da descoberta de fraude fiscal e desvio de recursos públicos pela empresa.
O esquema fraudulento foi descoberto em 2016 e resultou na prisão de Ruy Muniz, em abril daquele ano, logo após a votação do impeachment de Dilma Rousseff.
Reportagem do DCM também mostrou outro capítulo obscuro da atuação de Maria do Carmo, dessa vez em relação a um caso no Amapá.
O veredito da desembargadora Maria do Carmo no fim de 2017 deu ganho de causa a uma mineradora que, com base em provas, já tinha perdido nas instâncias inferiores.
Ela não levou em conta as sentenças em que a empresa saíra derrotada, pois não foram sequer apreciadas ou citadas em seu parecer.
Fonte: Blog da Cidadania
Foto: BNC Amazonas