Pedida improbidade de Pazuello por não distribuir testes do coronavírus
A quantidade de testes estocada é maior do que a que foi realizada pelo governo federal em todo o país, mesmo com o coronavírus fazendo estrago até hoje

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 23/11/2020 às 20:30 | Atualizado em: 24/11/2020 às 07:50
Depois da descoberta de 6,86 milhões de testes do coronavírus (covid-19), do tipo RT-PCR, prestes a perder validade, houve reações no Congresso. Uma delas foi do deputado Ivan Valente (Psol-SP), que entrou com representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) de improbidade administrativa contra o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, Pazuello pode fazer o exame considerado”padrão ouro” para diagnóstico da doença perder a validade.
Há, de 7,1 milhões de testes armazenados em Guarulhos (SP), pelo menos 6,8 milhões que perdem validade até janeiro de 2021.
A questão é que o coronavírus ainda hoje tem índices elevados de contaminações e mortes em vários estados. Contudo, o governo só testou 5 milhões de brasileiros.
Pazuello, portanto, volta ao olho do furacão do coronavírus. E justamente no momento em que crescem notícias de segunda onda da doença no país.
Dessa maneira, Valente aponta à PGR que Pazuello foi omisso “diante de conduta tão grave da perspectiva da gestão administrativa e da proteção da vida das pessoas”.
Além disso, o deputado pede “ressarcimento ao erário dos valores gastos com a aquisição e armazenamento dos referidos testes”.
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Negligência de Bolsonaro
Em suma, o parlamentar acusa o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) de “negligência”. Essa falha, aponta Valente, é na adoção de uma política de testagem em massa da população .
Bolsonaro, contudo, se defende jogando a responsabilidade para prefeitos e governadores. O mesmo faz Pazuello ao afirmar que entrega os exames de acordo com a demanda de estados e municípios.
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Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República