Barroso rechaça adoção do voto impresso ao reabrir trabalhos do TSE
Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, disse que a adoção do voto impresso pode criar a judicialização dos resultados das eleições

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 01/02/2021 às 21:31 | Atualizado em: 01/02/2021 às 21:31
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso (na foto, ao centro), rechaçou, nesta segunda-feira (1º), o que ele chamou de “voto impresso” nas eleições brasileiras.
O TSE abriu hoje (1º) o ano judiciário após período de recesso e férias dos ministros.
Na abertura da sessão, Luís Roberto Barroso disse que a implantação do voto impresso nas urnas eletrônicas poderia provocar a judicialização do resultado das eleições.
No discurso, além de fazer um balanço das eleições municipais do ano passado, o presidente defendeu o processo eleitoral brasileiro e disse que o país era marcado no passado por uma “história de fraudes eleitorais”.
STF julga inconstitucional
No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucional a implantação do voto impresso concomitante com a urna eletrônica inconstitucional, mas o tema sempre volta à tona.
Em 2015, o Congresso Nacional aprovou duas vezes a implantação do comprovante impresso do voto digital.
A primeira vez foi quando da reforma política e outra quando derrubou o veto da presidente Dilma Rousseff.
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“É impossível defender a volta ao voto em cédula, que é precisamente o voto que precisa ser contado manualmente, gerando todas as potencialidades de fraudes que marcaram negativamente a história brasileira e que foram superadas com a implantação, em 1996, do modelo de urnas eletrônicas que nós temos até hoje sem que, em nenhum momento, se tenha documentado qualquer tipo de fraude”, afirmou Barroso.
Além disso, conforme o ministro, a adoção do voto impresso pode criar a judicialização dos resultados das eleições. “Tudo o que nós não precisamos é a judicialização também dos resultados eleitorais”, disse.
Após o balanço das eleições, Barroso informou que o TSE deve ampliar, neste ano, as campanhas por mais mulheres no parlamento e atração de jovens e novas lideranças para a política.
Com informações da Agência Brasil
Foto: Ascom/TSE