Bolsonaro veta R$ 216,4 milhões das emendas ao orçamento para Amazonas

O presidente da República, Jair Bolsonaro, vetou recursos da ordem de R$ 216,4 milhões das emendas apresentadas pela bancada parlamentar do Amazonas no Congresso Nacional ao orçamento da União deste ano.

Segundo levantamento de O Globo, o Amazonas, Piauí e Goiás foram os estados que mais perderam após a tesourada presidencial, com cortes superiores a R$ 150 milhões.

“Esses recursos são importantes para a infraestrutura e o desenvolvimento sustentável do Amazonas. Vamos tentar reavê-los”, disse ao jornal o coordenador da bancada do Amazonas, senador Omar Aziz (PSD), que é presidente da CPI da covid (CPI da pandemia).

A bancada apresentou, ao todo, 15 emendas, no valor total de R$ 1,7 bilhão, das quais 11 são impositivas. Dessas, cada parlamentar da bancada apresentou uma (oito deputados e três senadores).

A indicação das quatro não impositivas ficou sob a responsabilidade dos senadores Aziz, Eduardo Braga (MDB) e Plínio Valério (PSDB), sendo uma delas destinada à Prefeitura de Manaus.

Os deputados Átila Lins (Progressistas), José Ricardo (PT) e Marcelo Ramos (PL), este vice-presidente da Câmara, veem um problema a ser resolvido, principalmente pelos senadores que fizeram as indicações.

“Ao que me consta, em particular, o mesmo valor que foi destinado ano passado como emenda de bancada repetiu-se para este ano”, afirmou o deputado Bosco Saraiva (Solidariedade), que destinou recursos para o setor de saúde.

Análise dos números

“Temos que brigar sim, pelo que nos é de direito. E depois de analisar os números, veremos se fomos discriminados. Nesse caso, a coisa muda de figura”, afirmou Valério.

O tucano apresentou uma emenda de R$ 250 milhões para a segurança pública, combate à corrupção e aos crimes organizados e violentos no Amazonas.

Outra emenda prejudicada foi apresentada por Aziz para o município de Rio Preto da Eva. São R$ 150 milhões a serem aplicados em infraestrutura para implantação de um distrito agroindustrial no município.

Para pavimentação de ruas em vários municípios amazonenses, Braga propôs R$ 150 milhões que sairiam do Ministério do Desenvolvimento Regional.

Por último, a Prefeitura de Manaus seria contemplada com R$ 250 milhões para realizar um programa de habitação popular.

A princípio, os cortes não podem ser vistos com uma retaliação política do governo Bolsonaro contra os parlamentares, uma vez que eles foram feitos junto com a sanção do orçamento em 22 de abril passado.

Portanto, sem os reflexos da CPI da covid. Aziz e Braga têm posições críticas sobre o desempenho do governo Bolsonaro no enfrentamento da pandemia.

Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República