Líder do PT para Braga: “Você era lulista e agora virou para onde?”

Ao líder do PT, Braga respondeu, na votação da MP da privatização da Eletrobrás, que não é governista, mas defensor de uma nova matriz energética

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Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 17/06/2021 às 17:13 | Atualizado em: 17/06/2021 às 17:28

Após longa exposição com números e argumentos técnicos a favor da medida provisória (MP) que possibilita a privatização da Eletrobrás, o senador Eduardo Braga culpou o discurso ideológico como obstáculo para a não aprovação da MP nesta quinta-feira (17). A medida foi aprovada por 42 votos contra 37. 

A fala desagradou o líder do PT na Casa, Paulo Rocha (PA), para quem o senador do Amazonas lhe autorizou a dizer: “Então, quer dizer, em determinado momento, você era lulista’ e agora virou para onde? Calma lá, mestre! O negócio é muito mais complicado”. 

Rocha disse que, embora Braga seja especialista no tema e foi ministro das Minas e Energia, ele não poderia “minimizar o debate ou até rebaixá-lo entre os bolsonaristas e os lulistas.” 

O petista disse que não era especialista, mas estava claro que o governo Bolsonaro estava equivocado em usar medida provisória para privatizar a estatal. 

De acordo com ele, em outros momentos das privatizações mais fortes, o governo pedia a autorização para o Congresso e, depois, fazia um processo de planejamento da privatização. 

“Então, não venham me dizer que agora é a posição ideológica daqueles que são estatistas e outros liberalizantes, etc. O que nós estamos é preocupado com o país como um todo”, reagiu Rocha.

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Eduardo Braga fez questão de dizer que não era governista, mas um defensor de uma nova matriz energética.  

“Não sou bolsonarista, não sou radical de direita, todos sabem disso, mas, presidente, é preciso dizer que este é o momento, sim, de nós podermos, finalmente, encontrar um caminho para gerar energia firme”, discursou Braga.

Braga no Twitter 

No Twitter, o senador do Amazonas disse que aprovar a MP da Eletrobrás é um caminho único para sair do discurso ideológico e trabalhar para a construção de uma nova matriz energética no Brasil. 

“Preciso dizer que esse é um caminho para gerar energia confiável e recompor nossos investimentos no setor, para gerar mais renda e emprego para os brasileiros”, defendeu.

Foto: Pedro França/Agência Senado