Com dinheiro e poder, G7 de partidos vai dar cartas nesta eleição
Com vastos recursos e controle legislativo, suas estratégias moldarão o cenário político até 2026.

Diamantino Junior
Publicado em: 28/05/2024 às 11:24 | Atualizado em: 28/05/2024 às 11:24
O Brasil conta atualmente com 29 partidos políticos, mas sete deles, conhecidos como o G7, dominam o cenário político. Este grupo é crucial nas principais disputas políticas, incluindo as eleições municipais de outubro para prefeitos e vereadores, a troca de comando da Câmara dos Deputados e do Senado em fevereiro de 2025, e as eleições gerais de 2026 para presidente, Congresso Nacional, governadores e Assembleias Legislativas.
Domínio do G7
O G7 concentra 80% das cadeiras do Congresso, 70% dos governos estaduais e das bilionárias verbas eleitorais. Eles também são maioria em prefeituras, câmaras municipais e Assembleias Legislativas. Os partidos que compõem o G7 são: PL, PT, União Brasil, PSD, MDB, PP e Republicanos.
Liderança e Influência
O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, possui a maior bancada de deputados federais e busca filiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
O PT, partido do presidente Lula, é outro gigante político. Os partidos de centro, centro-direita e direita, incluindo União Brasil, PSD, MDB, PP e Republicanos, têm dominado as eleições municipais e o comando do Congresso nos últimos anos.
União Brasil e PSD
A União Brasil, fruto da fusão entre DEM e PSL, é uma força considerável, especialmente no Senado com Davi Alcolumbre (AP). O PSD, comandado por Rodrigo Pacheco (MG) no Senado, também busca a presidência da Câmara em 2025 com Antonio Brito (BA). O partido tem a maior bancada no Senado e o maior número de prefeitos no país, superando o MDB.
MDB e PP
O MDB historicamente dominou o Senado por mais de 30 anos e foi o maior vencedor nas eleições municipais passadas. Embora tenha perdido um pouco de força, ainda possui influência significativa. O PP, liderado por Arthur Lira (AL) na Câmara, também é uma força política importante, especialmente nas eleições municipais.
Republicanos
O Republicanos, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, é o “caçula” do G7. Apesar de não ter ocupado presidências no Congresso, o partido está em ascensão e planeja disputar a presidência da Câmara em 2025 com Marcos Pereira (SP).
Desafios e Estratégias
O PT busca se recuperar dos fracassos nas eleições municipais de 2016 e 2020 e pretende apoiar nomes que facilitem a governabilidade no Congresso, com vistas à reeleição de Lula em 2026. O PL, com Bolsonaro inelegível, aposta em Tarcísio de Freitas para a presidência em 2026. No Republicanos, a saída de Tarcísio é vista positivamente, pois pode facilitar o apoio ao partido.
Eleições Municipais e Gerais
As eleições municipais influenciam as eleições gerais, mas não de forma determinante. Exemplos históricos mostram como resultados municipais podem divergir das eleições presidenciais. Em 2000, o PT venceu nas capitais, mas perdeu espaço em 2004, sem impedir a reeleição de Lula. Em 2016, o PT foi derrotado nas municipais, mas o resultado em 2018 surpreendeu com a vitória de Bolsonaro.
Recursos Bilionários
O G7 terá R$ 3,7 bilhões do Fundo Eleitoral e R$ 860 milhões do Fundo Partidário em 2024, representando 73% dos recursos públicos para eleições. O controle desses fundos, essencial desde a proibição do financiamento empresarial em 2015, é uma ferramenta vital para a manutenção do poder dessas legendas. Além disso, as emendas parlamentares, que atingiram R$ 50 bilhões, são direcionadas para investimentos nos redutos eleitorais dos congressistas, favorecendo prefeitos e vereadores aliados.
Com o controle da maior parte da máquina municipal e dos recursos eleitorais, o G7 está bem posicionado para manter seu domínio nas eleições de outubro e nas futuras disputas políticas.
As estratégias adotadas por esses partidos, suas alianças e a gestão dos recursos serão determinantes para o cenário político brasileiro nos próximos anos.
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Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil