O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa ) anunciou, nesta sexta-feira (14), como livres de febre aftosa sem vacinação, os estados do Acre, Paraná, Rio Grande do Sul e Rondônia.
Foram reconhecidas também as regiões do Amazonas onde estão localizados os municípios de: Apuí, Boca do Acre, Canutama, Eirunepé, Envira, Guajará, Humaitá, Itamarati, Ipixuna, Lábrea, Manicoré, Novo Aripuanã, Pauiní e parte do município de Tapauá.
No estado do Mato Grosso, estão livres da febre aftosa sem vacinação o
município de Rondolândia e partes de Aripuanã, Colniza, Comodoro e Juína.
O atestado do Mapa foi publicado no Diário Oficial da União, por meio da Instrução Normativa nº 52.
O Brasil já é livre de aftosa com vacinação, mas esse bloco será livre sem vacinação.
O processo de transição de zonas livres de febre aftosa com vacinação para livre sem vacinação está previsto no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (Pnefa).
Para realizar a transição de status sanitário, os estados e regiões tiveram que atender requisitos básicos como:
– aprimoramento dos serviços veterinários oficiais
– implantação de programa estruturado para manter a condição de livre da doença e
– diretrizes do Código Terrestre da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).
Rebanho bovino é o mais atingido
A febre aftosa é uma doença infecciosa aguda que causa febre, seguida pelo aparecimento de vesículas (aftas) – principalmente na boca e nos pés de animais de casco fendido.
A doença é causada por um vírus do qual existem 7 tipos, que produzem sinais clínicos similares. Os diferentes tipos só podem ser identificados em laboratório.
As espécies animais susceptíveis à febre aftosa são: os bovinos, ovelhas, porcos e cabras. Além dos camelos, lhamas, alpacas, guanacos e vicunhas.
Entre as espécies de animais silvestres de cascos fendidos estão as capivaras, elefantes e outros animais de zoológico.
Reconhecimento amplia exportações
Com o reconhecimento nacional, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina , ressalta que os estados terão a oportunidade de ampliar a participação no mercado internacional.
Ministra da Agricultura, Tereza Cristina
Foto: Agência Brasil
“Mais de 40 milhões de cabeças estarão prontas para exportação para mercados mais exigentes. E isso deve melhorar o valor dos produtos desses locais para exportar para mercados como Japão, Coreia do Sul, que são mais exigentes e que não aceitam a carne bovina vacinada”, declarou a ministra.
Para o diretor do Departamento de Saúde Animal, do Mapa, Geraldo Moraes, o reconhecimento nacional é um dos passos para alcançar o reconhecimento internacional junto à OIE (Organização Mundial de Saúde Animal).
“A expectativa é de termos esse reconhecimento pela organização em maio de 2021. Esses estados passarão por uma rigorosa avaliação por profissionais indicados pela organização” destaca o diretor.
De acordo com Moraes, o Ministério da Agricultura encaminhou, nesta sexta-feira (14), o pleito brasileiro à OIE para o reconhecimento internacional.
Santa Catarina tem certificado internacional
Atualmente, no Brasil, apenas Santa Catarina possui a certificação internacional como zona livre de febre aftosa sem vacinação.
Com isso, o ingresso de animais e produtos de risco para febre aftosa desses seis estados (AC, AM, MT, PR, RO e RS), em Santa Catarina, deve obedecer às diretrizes definidas para origem em zona livre de febre aftosa com vacinação, até o reconhecimento pela OIE como zonas livres de febre aftosa sem vacinação.
Foto: Divulgação/Adaf