Garantido e Caprichoso não contestam bloqueio de mais de R$ 10 milhões
Prazo para bois-bumbás se manifestarem terminou e a decisão da Justiça do Trabalho continua valendo

Arnoldo Santos, especial para o BNC Amazonas
Publicado em: 30/05/2022 às 17:02 | Atualizado em: 30/05/2022 às 17:52
O processo na Justiça do Trabalho que resultou no bloqueio de mais de R$ 10 milhões das contas dos bois-bumbás Caprichoso e Garantido, para pagamento de dívidas trabalhistas em processos pendentes de quitação, continua sem fatos novos nos autos desde o dia 19 deste mês.
As agremiações folclóricas não se manifestaram ante a decisão do juiz Igo Zany Corrêa, titular da 1ª Vara da Justiça do Trabalho de Parintins. Em decisão do último dia 19, ele deu o prazo de 72 horas para as defesas de Caprichoso e Garantido se manifestarem.
No site do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 11ª Região, os autos do processo (0010056-64.2014.5.11.0101) estão parados. Os últimos lançamentos no diário oficial do tribunal são a decisão e intimações, neste dia 23.
De acordo com o magistrado, são inúmeras as execuções pendentes de pagamento dos bois com os trabalhadores. Dessa forma, ele ordenou que sejam bloqueados das contas R$ 4,5 milhões do Movimento Marujada/Caprichoso e R$ 5,8 milhões do Movimento Amigos do Garantido, incluídos R$ 1 milhão já retidos anteriormente por ordem judicial.
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Prática contumaz
A ação inicial na Justiça citava apenas o boi Caprichoso, conforme reclamação protocolizada pela advogada Eliandra Vieira. Ao proferir sua decisão, todavia, Igo Corrêa incluiu o Garantido.
E justificou que é “notória sua [Garantido] dívida com os trabalhadores que labutam para a construção do grande festival de Parintins, sendo um dos maiores devedores e contumaz deste juízo, inclusive na fase de conhecimento”.
Como resultado, as duas agremiações podem ter dificuldade para colocar o boi na arena sem esses valores, que são recebidos dos patrocinadores.
Contatadas pelo BNC Amazonas, as agremiações nada disseram sobre o assunto. O Garantido informou que não se manifestará publicamente. Só nos autos do processo, portanto. O Caprichoso não respondeu ao pedido do repórter.
Leia a decisão na íntegra.
Foto: reprodução/internet