O ministro das Relações Institucionais , Alexandre Padilha, disse que as empresas chinesas compraram da Mineração Taboca, no município de Presidente Figueiredo, a 126 quilômetros de Manaus, uma reserva de estanho e não de urânio, conforme está sendo divulgado.
A venda foi comunicada pela empresa, na semana passada, ao Governo do Amazonas. A Taboca, que atua na mina do Pitinga sob controle de grupo minerador peruano Minsur, na região da hidrelétrica de Balbina, no município de Presidente Figueiredo, transferiu 100% das suas ações à CNT, China Nonferrous Trade Co. Ltd., subsidiária da China Nonferrous Metal Mining Group Co..
Trata-se de uma transação envolvendo US$ 340 milhões, cerca de R$ 2 bilhões. Além do urânio, a mina possui outros minérios como estanho, cassiterita, columbita, nióbio, urânio e tântalo e das terras raras.
“Não houve venda de urânio do Brasil para a China na visita do Xi Jinping [presidente chinês]. A única coisa que existiu é uma empresa privada brasileira, a Mineração Taboca S.A, que vendeu uma reserva de estanho para uma empresa chinesa”, disse o ministro.
De acordo com ele, a reserva de urânio é monopólio estatal e está sob a responsabilidade da Indústrias Nucleares Brasileiras (INB).
Portanto, Padilha garante que não há negociação envolvendo urânio brasileiro com a China, sobretudo após a visita do presidente chinês Xi Jinping ao Brasil.
“O que o presidente Lula faz é exatamente garantir a nossa soberania, respeitar a nossa bandeira e não bater continência para bandeira de outros países”, disse o ministro, referindo-se ao ex-presidente Bolsonaro, que bateu continência para a bandeira norte-americana.
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CPI
Na Câmara, deputados bolsonarista ensaiam ingressar com um requerimento para criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o caso.
“Assinei CPI para investigar a compra da maior reserva de urânio no Amazonas pela China. Nossa soberania não pode ser colocada em risco por irresponsabilidade”, disse o deputado Chrisóstomo (PL-RO).
Outros parlamentares, como o senador Plínio Valério, do PSDB, e deputado federal Alberto Neto, PL, ambos do Amazonas, também já fizeram manifestação contrária ao negócio de riqueza da Amazônia entre Peru e China.
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Foto: divulgação