Área de impacto da BR-319 é igual a dois países europeus, diz Folha

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 11/09/2018 às 04:00 | Atualizado em: 10/09/2018 às 20:17
A Folha de S.Paulo escalou o repórter Fabiano Maisonnave para viajar a Manaus e escrever que pavimentar a BR-319 (Manaus-Porto Velho) pode representar forte impacto ambiental na “metade sobrevivente” da Amazônia brasileira.
Pelos cálculos da Folha, “o alcance da influência da BR-319 seria equivalente às áreas da Alemanha e da Holanda juntas, de acordo com um estudo do Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia)”.
A reportagem sugere, a partir de uma comunidade do estado do Amazonas à margem da estrada de barro, que a pavimentação poderia atrair mazelas como desmatamento e extração ilegal de madeira em grande escala, roubo de terras e outras atividades de preparação da terra para a agricultura.
“A diferença é que a [comunidade] Realidade fica na margem da rodovia interestadual BR-319, uma estrada que antes pavimentada, poderia espalhar esse mesmo padrão caótico de ocupação para uma área de floresta tropical maior que a da Alemanha”.
A rodovia de quase 900 quilômetros de extensão, dos quais mais de 400 não têm pavimentação, no trecho médio, é o único meio de ligação de Manaus com o restante do país, pela capital de Rondônia.
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E há mais de duas décadas que questões ambientais impedem que licenças sejam autorizadas para o asfaltamento desse trecho.
O episódio que vai completar um ano em outubro, quando garimpeiros queimaram imóveis de órgãos do governo no município de Humaitá, no Amazonas, é citado como um exemplo a explicar a ausência dos governos no entorno da BR-319.
“A BR-319 é uma enorme ameaça para a floresta tropical porque abre a metade sobrevivente da Amazônia brasileira para madeireiros ilegais”, diz o ecologista americano Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus.
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Foto: Fernanda Meirelles/Idesam (reprodução)