O garimpo ilegal de ouro na terra indígena Ianomâmi, nos estados do Amazonas e Roraima, avançou 30% em 2020. É o que mostra um relatório divulgado nesta quinta-feira (25). Mais de 20 mil garimpeiros estariam nas terras.
Ao final do ano, somavam-se 2.400 hectares de área degradada, dos quais 500 hectares foram registrados entre janeiro e dezembro de 2020, em uma região entre os estados do Amazonas e de Roraima. A informação é do portal Terra.
Sobretudo, conforme evidenciou a pesquisa, a exploração de ouro nessas áreas é feita por empreendimentos de médio porte, um investimento inicial estimado em R$ 150 mil.
Ainda mais, é um tipo de mineração que exige menos mão de obra, mas, ainda assim, estariam presentes na terra mais de 20 mil garimpeiros.
Porém, o documento destaca o avanço para áreas cada vez mais próximas das aldeias. Além disso, traz a ameaça de uma escalada de violência e de problemas para a saúde dos indígenas, além do impacto ambiental.
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Fiscalização
Para os autores da pesquisa, o avanço da mineração ilegal coincide com um contexto de menos fiscalização por parte dos órgãos ambientais e com uma retórica favorável a esse tipo de ação.
“A fiscalização dos territórios indígenas é uma fragilidade que a gente identifica em todos os governos”, afirma uma das autoras do estudo, a doutoranda em antropologia pela Unicamp Marina Sousa, cofundadora da rede Pró-Yanomami e Ye’kwana.
Em fevereiro de 2020, o presidente Jair Bolsonaro assinou o projeto de lei 191, que regulamenta a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em reservas indígenas. Esse projeto está sendo analisado por comissões da Câmara desde então.
Um dos impactos do garimpo ilegal nas terras indígenas é a escalada da violência. Por exemplo, que conflitos resulte em situações semelhantes ao massacre de Haximu, de 1993, quando 16 ianomâmis foram assassinados por garimpeiros.
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Foto: Divulgação /Ascom-Ibama