Mourão diz que combate ao desmatamento vai priorizar região de Apuí

Mourão participou de audiência pública no Senado para explicar as ações do governo no combate ao desmatamento

Vice-presidente Hamilton Mourão

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 14/07/2020 às 20:08 | Atualizado em: 14/07/2020 às 20:08

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse nesta terça-feira (14) que o Conselho da Amazônia vai priorizar o combate ao desmatamento em algumas regiões do Amazonas, Pará, Mato Grosso e Rondônia, onde estão 80% das ocorrências na região.

Mourão participou de audiência pública no Senado para explicar as ações do governo no combate ao desmatamento na região.

“Em relação a essa questão do desmatamento, registro que os locais de maior desmatamento são: Pará, norte de Mato Grosso, Rondônia e sul do Amazonas. Cerca de 80% do desmatamento ocorre nessas regiões, sendo que, no Pará, são 40%”, disse Mourão.

No Amazonas, o vice explicou que o problema está localizado na região do município de Apuí, no eixo da Transamazônica na BR-230.

 

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“No Pará, ocorre na região de Novo Progresso e Itaituba, no eixo da BR-163; na área de São Félix do Xingu e do Rio Iriri; e na área de Capitão Porfírio e Pacajá, ao norte de Tucuruí. No Mato Grosso, é na região noroeste do Estado, mais precisamente na região de Colniza. Em Rondônia, é na área do eixo da BR-364”, explicou.

“Então, essas são as áreas, principalmente o Pará, que é a área prioritária no combate ao desmatamento (…) É onde nós temos de avançar realmente para dar uma resposta mais efetiva e eficiente”, disse.

Mourão avaliou que o governo de Jair Bolsonaro perdeu a narrativa sobre o meio ambiente e admitiu que agora está na defensiva.

O vice defendeu a atuação do Conselho da Amazônia, do qual é coordenador, mas lamentou os obstáculos para a efetividade das ações.

Ele reconheceu que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) estão sem capacidade operacional para atuar na região.

Por conta disso, o vice afirmou que as Forças Armadas foram convocadas, mas apenas como apoio. Mourão lembrou que o objetivo é deixar os órgãos ambientais em condições de ação e promover a retiradas dos militares das operações.

No final, afirmou que debaterá o assunto na reunião desta quarta-feira (15) do Conselho. A recomposição dos quadros pode ser feita por meio da realização de concursos ou contratos temporários.

“Não podemos é ficar com 12 pessoas para fazer a fiscalização nos estados com o tamanho do Pará e do Amazonas”, disse.

Por diversas vezes, o vice foi cobrado pela demissão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, mas se desviou dizendo que nomeação e demissão cabia ao presidente Bolsonaro.

 

ZFM

O líder do MDB, Eduardo Braga, destacou que o modelo Zona Franca de Manaus como maior programa de conservação ambiental do país patrocinado pelos brasileiros.

Disse que o modelo equivale a vários fundos da Amazônia, mas precisa de mais recursos para manter a floresta em pé.

O senador ainda protestou sobre as dificuldades do asfaltamento da BR-319. “Nos proíbem há 20 anos de asfaltar a estrada”, lamentou.

Ele ainda elogiou a explanação do vice-presidente quanto a necessidade de desenvolver sustentavelmente a região e a realização da regularização fundiária da região.

O vice respondeu que não tem nenhuma dúvida sobre a importância da Zona Franca de Manaus.

Sobre a BR-319, lembrou que a estrada é importante para que os amazonenses possam viajar via terrestre para o sul país, mas defendeu o transporte de cargas pela hidrovia do Madeira.

 

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Foto: Valter Campanato/ABr