Oito dos 11 parlamentares da bancada do Amazonas no Congresso Nacional, ouvidos pelo BNC Amazonas, avaliaram como positiva a demissão do ministro da Educação, Abraham Weintraub.
Cresceu a especulação sobre a queda de Weintraub após vir a público vídeo de reunião ministerial realizada no dia 22 de abril. “Eu, por mim, colocava esses vagabundos todos na cadeia. Começando pelo STF”, disse o ex-ministro na ocasião.
Pelo placar de 9 a 1, na quarta-feira, dia 17, o STF manteve o ex-ministro no inquérito que investiga as ameaças aos membros da corte e o esquema de propagação de fakes news.
Na avaliação do senador Omar Aziz (PSD) esses dois episódios deixaram a permanência de Weintraub no cargo insustentável.
“Já havia um desgaste muito grande do ministro desde o discurso que ele fez na reunião com o presidente e isso se agravou ainda mais quando o Supremo acatou que ele ficasse no processo. Então, para que o governo não se desgaste mais, tomaram a decisão de tirá-lo. Agora a gente espera que venha um ministro mais comprometido com a educação brasileira”, disse Omar, que é coordenador da bancada.
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Os demais senadores foram lacônicos nos comentários. “Já vai tarde”, disse Plínio Valério (PSDB). “Já não era sem tempo. A democracia agradece”, considerou Eduardo Braga (MDB)
O deputado Marcelo Ramos (PL) diz que a demissão foi uma importante decisão de Bolsonaro a favor da educação desde que tomou posse.
O decano Átila Lins (Progressistas) avaliou que Weintraub há muito tempo perdeu as condições necessárias para dirigir a educação brasileira.
“Quer seja na relação com a comunidade acadêmica, quer seja na relação com o Congresso Nacional e, agora, com o Supremo Tribunal Federal. Sai do ministério depois de se indispor com todas as instituições e poderes do país”, disse.
Lins afirmou que a educação brasileira perdeu muito tempo com permanência dele no comando do MEC. “Desejamos que o presidente escolha uma pessoa que possa restabelecer os canais de convivência harmônica e independente”, defendeu.
Para o deputado Sidney Leite (PSD), o ex-ministro passou a ser uma unanimidade de quem tem como característica marcante a incompetência. “O Brasil perdeu muito nesse período, esperamos que seja escolhido um ministro à altura do cargo”, disse.
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Trabalho contra educação
O deputado José Ricardo (PT) avaliou que o ex-ministro trabalhava contra a educação, o que ficou evidente no contingenciamento e corte de verbas para as universidades e institutos federais.
Além disso, o parlamentar disse que Weintraub não cumpria o Plano Nacional de Educação, sem valorizar professores e com posições racistas.
“A última medida foi essa portaria para revogar a possiblidade de cotas para indígenas, negros e quilombolas em cursos de pós-graduação. É um ministro que ofende as instituições e pessoas, sem qualificação nenhuma”, disse José Ricardo.
O deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos) foi o único a defender o ex-ministro, mas disse estar convencido de que a educação brasileira precisa de mudanças.
“Nos últimos anos vivemos uma grande maquiagem na educação, pois aumentamos a quantidade de anos educacionais aos nossos alunos e isso não refletiu no crescimento do nosso país”, argumentou.
Para ele, Weintraub tentou investir na qualidade e não só na quantidade. “Porém, os que fizeram da nossa educação umas das piores da América latina venceram mais uma vez”, disse.
Foto: Divulgação