Sem advogados, audiência de cinco PM do crime de Deusiane é adiada

Deusiane

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 12/04/2018 às 19:15 | Atualizado em: 12/04/2018 às 19:16

A audiência de instrução e julgamento dos cinco policiais militares do Amazonas acusados de envolvimento na morte da colega Deusiane da Silva Pinheiro, crime ocorrido em 2015, foi remarcada para o próximo dia 24. É que três advogados dos cinco acusados não compareceram à sessão.

O juiz Luís Albuquerque, da Vara da Auditoria Militar da Comarca de Manaus, disse que um dos advogados alegou estar doente e outro, em viagem.

Elson dos Santos Brito (em primeiro plano na foto), que também é policial militar e tinha um relacionamento amoroso com a colega de farda Deusiane, com 26 anos à época, é o principal acusado. Quando ela não quis continuar com a relação, ele a teria assassinado a tiro no dia 1.º de abril de 2015, dentro de unidade fluvial do Batalhão Ambiental da Polícia Militar.

Para a denúncia do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) apenas em julho de 2017, Elson Brito é o autor do crime de homicídio doloso qualificado (art. 205 do Código Penal Militar), por matar Deusiane por motivo torpe.

Os outros acusados são Jairo Oliveira, Júlio Henrique, Cosme Moura e Narcízio Guimarães. Eles teriam agido como cúmplices de Elson ao prestar falso testemunho.

Para evitar que a audiência seja adiada novamente pela ausência da defesa, o promotor de Justiça Edinaldo Medeiros solicitou ao juiz a designação prévia de defensores públicos para a audiência do dia 24.

Cinco peritos da Polícia Civil foram arrolados como testemunhas no caso, que tem 13. Uma das dúvidas que poderão esclarecer é se a arma que foi usada no crime pertence à corporação, considerando que a vítima e os acusados estavam de serviço no dia trágico.

Elson é acusado de ter trocado o ferrolho (que incluiu o cano da pistola) da sua arma com a de Deusiane e tentou fazer acreditar que ela tivesse cometido suicídio.

Foi só no final do ano passado, e por decisão do Tribunal de Justiça (TJ-AM), que a mãe da vítima passou a receber pensão do Governo do Estado.

 

Foto: Reprodução/YouTube