Prefeitos de 37 municípios do AM seguram informações sobre dinheiro do Fundeb

Publicado em: 02/12/2017 às 07:19 | Atualizado em: 02/12/2017 às 07:20
Da Redação
Nenhum dos 62 municípios do Amazonas apresentou a 5ª prestação de contas sobre a aplicação dos recursos recebidos este ano para aplicação na área da educação, cujo prazo terminou nesta quinta-feira, dia 30. E 37 prefeitos do interior do Estado não fizeram qualquer prestação de contas, que é obrigatória por lei, em 2017 sobre o recurso que precisa ser aplicado até o dia 31 de dezembro.
Os dados estão disponíveis no site do Sistema de Informações sobre o Orçamento Público em Educação (Siope) no site do Fundo Nacional de Desenvolvimento de Educação (FNDE).
A não prestação de contas da 5ª parcela é apenas uma pequena mostra da falta de preparo ou deliberado desinteresse de cumprir as regras de transparência e controle social dos recursos públicos por parte dos prefeitos, os responsáveis por essa prestação de contas.
Segundo o artigo 1º da Lei Complementar nº 131/2009, a prestação de contas deveria ocorrer toda vez o recurso fosse empenhado ou executado.
Até sexta-feira, dia 1º de dezembro, apenas quatro municípios conseguiram fazer quatro prestação de contas sobre a aplicação em dias: São Sebastião do Uatumã, Itacoatiara, Apuí e Manaus.
Legislação
Além da Lei Complementar nº 131/2009, o artigo 11 da Lei nº 8.429 de 1992, a Lei de Improbidade Administrativa, prevê em seus inciso 4 e 6 enquadramentos para esta falta de prestação de contas sobre os recursos do Fundeb.
No inciso 4, a lei classifica como improbidade “negar publicidade aos atos oficiais”. Já o inciso 6 inclui como ato de improbidade administrativa “deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo”.
As penalidades previstas nesta lei vão desde o ressarcimento aos cofres públicos de eventuais danos ao erário a suspensão de direitos políticos de três a cinco anos.
Na tabelas disponibilizadas no final da matéria, confira o nome de cada um dos 37 município que ignoraram todas as prestações de contas bimestrais do recurso este ano.
Na última tabela, há os valores dos recursos relativos ao repasse a mais do Fundeb em 2017 em função de valores não repassados em 2016.
Na verdade, os municípios receberam muito mais quando se considera o valor global do fundo em 2017. São repasses que caem todo mês na conta das prefeituras e que deveriam ser prestados contas, pelo menos, a cada dois meses no site do Siope.
ALE-AM
O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB), que tem viajado ao interior do Estado dando palestras sobre transparência e como acessar informações do orçamento do municípios em sites do Governo Federal, afirmou que os prefeitos do interior sequer contam com pessoas especializadas para o serviço.
“Esse é um dinheiro fundo a fundo. Sai da conta do Governo Federal e entra na conta do municípios. Tem prefeito que pagou, com o recurso deste ano, conta do ano anterior. Ele não poderia ter feito isso. Tem que usar o dinheiro no ano que foi creditado. Os prefeitos estão pensando que estão no passado e eles vão se dar mal”, disse.
Serafim Corrêa disse que a prestação de contas deste recurso é bem trabalhosa e com uma série de detalhes que permitem ao Tribunal de Contas União (TCU) e Controladoria Geral da União (CGU) executarem uma série de comparações para verificar a veracidade das prestações de contas.
Confira os municípios que não apresentaram nenhuma prestação de contas dos recursos do Fundeb em 2017:
Confira quanto os municípios receberam a mais no Fundeb relativo a valores não repassados em 2016:
http://amazonas.bncamazonia.com.br/poder/prefeitura-e-governo-estao-certos-sobre-fundeb-diz-deputado/