Municiado de um abaixo-assinado de 147 pais e responsáveis, o presidente de honra da Pestalozzi e vereador Jorginho Biazze (Progressistas), de Nova Olinda do Norte, denunciou em vários órgãos do Amazonas a exclusão de estudantes com deficiência das escolas do município.
Conforme o parlamentar, entre as providências que pede está a de investigação da medida tomada pelo prefeito de Nova Olinda.
“Por que isso está acontecendo? Esse porquê tem que ser investigado”.
Jorginho afirmou que a lei brasileira e convenções internacionais asseguram o direito à educação em sala de aula das pessoas com deficiência.
Dessa forma, o prefeito não poderia segregar essa grande quantidade de estudantes de prosseguir na escola.
Nos últimos dois anos, conforme o vereador, a Pestalozzi montou duas salas para educação de quase 200 alunos. A prefeitura, assim como o Governo do Estado, participava cedendo professores, óleo diesel e merenda escolar.
Assim sendo, a cada ano a Pestalozzi transferia certo número de estudantes para inserção no ensino regular do município. Neste ano, por exemplo, foram 24. Segundo o vereador, porém, o prefeito afirma que matriculou 84 pessoas com deficiência.
Leia mais
Polêmica de anos
Para o vereador, com base no abaixo-assinado que lhe foi apresentado pelos pais dos portadores de deficiência, o caso é de exclusão praticada pelo prefeito. Para a prefeitura, o município está conduzindo um processo de inclusão, em que pese o alto número de alunos fora da sala de aula a lhe contestar.
Conforme Jorginho, o que está por trás da questão, na verdade, é retaliação da prefeitura à Pestalozzi, com a intenção de atingí-lo. Além de ser presidente de honra da entidade, o vereador é poucos a fazer oposição ao prefeito.
Como resultado dessa pendenga, o caso já chegou a ser judicializado. Em audiência no juizado local para tentar conciliar e evitar prejuízo aos estudantes, o que já está acontecendo, o prefeito havia prometido que as aulas para todo esse universo de alunos começaria em abril. Não cumpriu, como provam os 147 excluídos, segundo o vereador.
Dessa maneira, para Jorginho, o que está atrapalhando uma solução é o prefeito rejeitar a ajuda da Pestalozzi nesse processo. Afinal, a associação é quem tem toda experiência e capacidade técnica de lidar com as pessoas com deficiência, como faz há anos.
Leia mais
Apego ao poder
Todavia, o prefeito de Nova Olinda despreza essa ajuda porque não quer dar moral à entidade em que Jorginho é presidente de honra.
Bastante querido pela comunidade, que o chama de “Jorginho do Povo”, o vereador disse acreditar que a questão do prefeito é eleitoreira. Afinal, por ter sido o mais votado em 2020, ele é visto como ameaça aos planos do prefeito de se perpetuar no poder.
Embora não possa concorrer à reeleição em 2024, uma vez que já passou quatro vezes pela prefeitura, sem conseguir resolver muitos dos problemas de Nova Olinda, como, por exemplo, a educação a portador de deficiência, o prefeito luta para deixar um sucessor na cadeira. Ou sucessora.
Além de não fazer uma manifestação institucional sobre o episódio, o prefeito prefere tratar assim uma questão tão sensível à população:
No lugar do prefeito, a Secretaria de Educação do município se manifestou nesta quinta (18) em nota em rede social. Em suma, trata as denúncias do vereador como “inverdades caluniosas” e diz desconhecer o abaixo-assinado dos pais dos alunos portadores de deficiência sem escola. Leia a nota:
Foto: reprodução/vídeo