O atual presidente do Ibama, Eduardo Bim, declarou pessoalmente a prescrição de 164 multas ambientais usando o despacho nº 11996516 como justificativa.
Com isso, conforme a Agência Pública, ele fez com que multas aplicadas pelo órgão nos últimos dez anos possam voltar à estaca zero.
Boa parte dos casos envolvem madeireiros, conforme dados obtidos pela Agência Pública via Lei de Acesso à Informação.
De acordo com a reportagem, não é a primeira vez que Eduardo Bim beneficia empresários do setor com uma canetada.
Por exemplo, em 2020, ele chegou a se reunir com madeireiros antes de divulgar um despacho afrouxando as regras para exportação de madeira.
Essa decisão motivou investigação da Câmara Ambiental do Ministério Público Federal e levou à saída do então ministro Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente.
Como resultado, Bim ficou 90 dias afastado do cargo por suspeita de envolvimento no esquema de contrabando de madeira ilegal investigado pela operação Akuanduba.
Dessa maneira, das 164 infrações prescritas a mando de Eduardo Bim entre 31 de dezembro de 2021 e 10 de junho de 2022 analisadas pela reportagem, o nome do infrator e o tipo de infração foram identificadas em 158 processos.
Além disso, vinte e quatro casos envolvem empresas que têm como atividade principal ou secundária a transformação de madeira, como fabricação de móveis e serrarias, e cinco pessoas físicas sócias de madeireiras.
Portanto, segundo a reportagem de Bianca Muniz, Laura Scofield, juntos, pessoas físicas e jurídicas somam R$ 42,8 milhões em multas.
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil