Povos indígenas de Tefé denunciaram ao Ministério Público Federal (MPF) que profissionais de saúde com coronavírus foram enviados para atuar na região. De acordo com a denúncia ao procurador da República no Amazonas, Fernando Soave, os agentes foram enviados pelo Distrito Especial de Saúde Indígena (Dsei).
Tefé é município da região do alto rio Solimões. Conforme documento ao MPF, um dos agentes chegou ao polo-base gripado e se sentindo mal.
“Durante uma semana esse profissional fez atendimentos de enfermagem aos indígenas, teve convívio com os outros integrantes da equipe”.
Além disso, ele dormia no mesmo quarto com os demais profissionais do Dsei, “vivendo normalmente, sem saber que já estava infectado”.
Após a denúncia, os gestores do Dsei enviaram uma equipe para realizar os testes nos profissionais, confirmando dois casos positivos.
Tanto os indígenas quanto outros profissionais da saúde estão preocupados porque tiveram contato direto com esses infectados.
Conforme denunciam, esses gestores do Dsei não teriam comunicado às lideranças indígenas o resultado dos testes.
“Achamos uma afronta, desrespeito e falta de ética não nos comunicar o que estava acontecendo, parecendo um ato de ocultar informações”.
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Pedido de socorro Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a denúncia foi formulada pela conselheira distrital Nazide Fernandes. Ela é também coordenadora da Associação de Mulheres Indígenas do Médio Solimões e Afluentes.
Dessa maneira, o documento ao MPF tem por base “pedido de socorro dos indígenas da terra Barreira da Missão”, próxima à sede de Tefé.
Com uma área de dois mil hectares, a terra indígena abriga quatro aldeias com famílias dos povos Kokama, Kambeba e Tikuna. Como resultado, formam uma população de aproximadamente 800 pessoas.
De acordo com eles, as orientações defendidas pelos indígenas não teriam sido respeitadas pela coordenação do Dsei.
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Medidas de prevenção Com agravante da contaminação, indígenas dos povos kokama e kambeba decidiram implementar medidas de proteção contra o coronavírus.
As recomendações são aos moradores das aldeias Boará de Cima, Boará do Meio, Boarazinho, comunidades ribeirinhas das aldeias e do centro urbano de Tefé.
Recomendação dos povos indígenas
Foto: Reprodução
