Alfredo atrai, Marcelo dispersa

Publicado em: 18/01/2018 às 20:36 | Atualizado em: 18/01/2018 às 20:37

Por Rosiene Carvalho, Da Redação

 

Os discursos antagônicos adotados pelo presidente estadual do PR, Alfredo Nascimento, e pelo presidente municipal da sigla, Marcelo Ramos, em entrevistas ao BNC, atiçaram reações entre os aliados do partido, que é o primeiro a colocar a banca na rua rumo à disputa eleitoral de 2018.

Enquanto uns interpretam que Alfredo cisca para dentro e coloca a manada no curral e Marcelo age qual touro brabo afastando a manada da porteira, outro avaliam que a jogada pode ser ensaiada.

Na entrevista do dia 12 de janeiro, Alfredo, em discurso moderado e cauteloso, anunciou as pré-candidaturas dele ao Senado, de Marcelo  Ramos à Câmara dos Deputados e de uma chapa puro  sangue à Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM).

O parlamentar cogitou disputar, sem alianças, uma das vagas ao Senado em função do partido ter tempo de TV e fundo partidário, trunfos desejados por grupos que vão lançar candidatos ao Governo do Estado.

Ao lançar a isca, Alfredo disse que o PR está “livre, leve e solto” para as Eleições 2018, sem amarras com o senador Eduardo Braga (PMDB), com quem  firmou aliança em  2017.

Alfredo fez vastos elogios às gestões de Amazonino Mendes (PDT) e Arthur Neto (PSDB) e foi econômico na deferência a Braga

 

Discursos diferentes

Quatro dias depois, nesta terça-feira, dia 16, Marcelo atirou para outro lado. Foi macio e fraterno com o senador Eduardo Braga e nada  sutil em relação às gestões dos dois autores de suas recentes derrotas na urnas.

Arthur, para ele, faz gestão desastrosa de Manaus. E Amazonino é líder de uma gestão que, para o ex-vice de Braga, não pode ser chamada de “governo”.

A língua afiada de Marcelo não poupou a bancada federal. A maioria dos ocupantes do cargo que Marcelo, a princípio, postula podem ser divididos, segundo ele, em “os ausentes” e “os deputados de paróquia” com baixa capacidade para defender os interesses do Amazonas em Brasília.

Embora esta seja uma disputa em que, em tese, 50% da bancada será renovada por W.O, a fala de Marcelo Ramos ignora que dificilmente um candidato consegue se eleger sem o apoio dos votos coligação ao cargo de deputado federal.

A cereja do bolo, no entanto, veio com a declaração de que, caso o ex-deputado federal Francisco Praciano (PT) dispute o Governo do Estado, o petista será seu candidato.

A declaração foi considerada, até por aliados, como precipitada em função de toda água que ainda vai rolar debaixo da ponte até julho, quando haverá o registro das candidaturas.

Não dá para dizer que Marcelo faz leituras equivocadas sobre as gestões estadual e municipal e sobre os políticos do Estado, mas também não se pode negar que ele sofreu nas últimas eleições pela dificuldade de congregar alianças partidárias e  “pagou a língua” durante  as campanhas.

 

PT

O movimento de Marcelo em relação a Praciano não é  tão contraditório assim.  Nacionalmente, o PR namora e é  namorado pela campanha do presidenciável petista Luís Inácio Lula da Silva.

Mas, independente dos palanques nacionais, a eleição de Alfredo Nascimento ao Senado é  a prioridade número 1 no Amazonas.

Aliás, os planos de Alfredo foram olhados como prioridade nas Eleições  2017, quando Marcelo  foi impedido, com grandes chances de vitória, de disputar o Governo para negociar chapa deste ano que favorecesse os planos do presidente estadual.

Não deu certo, porque Braga também desistiu do Governo e vai disputar uma das vagas ao Senado.

De toda sorte, este é o tempo do namoro e dos blefes. Neste ponto da disputa não dá para caracterizar como traição conversas e nem negócio fechado declarações precipitadas.

 

 

 

 

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