O Amazonas deverá registrar neste ano uma vazante maior do que a de 2010, a mais drástica de todos tempos.
Naquele ano, a régua do rio Negro, por exemplo, chegou a anotar um nível de 13,63 metros no dia 24 de outubro.
Agora, o Governo do Estado tem dados de que a estiagem deverá se alongar até maio de 2024, com ápice em outubro.
Foi o que disse neste dia 12 de setembro o chefe da Defesa Civil do Amazonas, coronel Máximo, durante entrevista do governador Wilson Lima (União Brasil).
Conforme ele, a estiagem poderá causar o desabastecimento de alimentos, a falta de combustíveis e o consequente racionamento de energia elétrica em cidades não interligadas ao sistema nacional, que são praticamente todas.
Além disso, Lima falou que o período poderá deixar estudantes impossibilitados de ir a escolas.
As informações levantadas pelo governo preveem também perdas para agricultura e pecuária.
“O que a gente está falando aqui não é para causar pânico, desespero. É para alertar”, disse o governador.
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Plano
Além do alerta, o Governo do Amazonas vai tentar minimizar os impactos da estiagem, tratada como manifestação acentuada das mudanças climáticas no mundo.
A ideia é antecipar as providências antes do período mais agudo do calor e da vazante: outubro.
Foi o que disse o governador ao lançar a operação Estiagem.
Ela prevê suporte a municípios para garantir a chegada de alimentas e combustíveis.
A maior preocupação é com os municípios que ficarão sem rio navegável, isolados, na estiagem. Na conta do governo, esse é o caso de 24 das 61 cidades do interior, onde não há sequer pista de pouso.
“O problema não é ter comida e combustível. O desafio é fazer chegar à população”, disse Lima.
Quanto às aulas, o governador afirmou que o estado vai lançar mão do ensino mediado por tecnologia.
Essa modalidade é dominada pelo Amazonas, pioneiro em ensino a distância em larga escala no Brasil.
Em relação ao setor primário, Lima anunciou incentivos. Por exemplo, perdão de dívidas na Afeam (Agência de Fomento), compra de produção pelo estado e subvenção à produção rural.
Foto: Diego Peres/Secom